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Os desafios do acesso à água potável e saneamento básico no Brasil

18 de Agosto de 2022

A água é, definitivamente, o bem mais precioso do mundo. Por ser uma substância esgotável e limitada, não têm acesso a ela. Em 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu o direito à água limpa e segura como um bem essencial para a vida. A entidade quer reduzir até 2030 a poluição, o despejo de produtos químicos e materiais perigosos e, consequentemente, garantir o acesso à água potável a um número maior de pessoas. É um objetivo ambicioso e desafiador, principalmente pela desigualdade social existente no país. Hoje, o acesso à água tratada é um dos principais problemas do brasileiro.

Segundo o levantamento do Instituto Trata Brasil (ITB), cerca de 100 milhões de pessoas não dispõem de rede de coleta de esgoto, e 35 milhões não possuem água tratada. A região Norte é a mais afetada do país; apenas 57,49% da população têm acesso a esses recursos, seguido por Nordeste (73,25%), Sul (89,68%), Centro Oeste (90,13%) e Sudeste (91,25%). Aqui, é possível perceber uma enorme variação entre as macrorregiões. Isso ocorre principalmente pela distribuição não uniforme da água, o que reflete no desenvolvimento e nas desigualdades sociais existentes.

Ainda hoje, apenas 55% da população mora em cidades com acesso a rede de esgoto. Grande parte dos municípios utiliza soluções alternativas, como fossas, ou simplesmente jogam o esgoto em algum rio ou curso d’água. A prática é prejudicial a famílias que vivem próximas ao local de descarte, pela proliferação de doenças como leptospirose, disenteria bacteriana, esquistossomose, cólera e parasitóides.

A Organização Mundial da Saúde estima que anualmente 15 mil pessoas morram e 350 mil sejam internadas no Brasil por doenças ligadas à falta de saneamento básico. Número que poderia ser evitado pelo acesso adequado. A Constituição garante a saúde e o bem-estar de todos, mas a ineficiência das políticas públicas, em conjunto com o sobrecarregamento do sistema de saúde, torna a condição de vida precária.

Hoje, o setor privado apresenta uma cartela de soluções rápidas e eficientes, possíveis com o avanço da tecnologia, e que contribuem com as necessidades básicas humanas, como purificadores capazes de tratar água contaminada e canalização de esgotos que hoje correm a céu aberto. Mesmo com a criação de soluções sustentáveis,  a transformação só vai ser efetiva a partir da conscientização das pessoas e da mudança dos hábitos, fundamentais para um futuro melhor e promissor.

*Fernando Silva é CEO da PWTech, startup voltada para a purificação de água contaminada. Formado em engenharia química pelo Mackenzie e administração e negócios pela Harvard Business School, é executivo da área comercial com mais de 15 anos de experiência em negócios e soluções ambientais sustentáveis.

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