Maior prova de rally do mundo, em trechos cronometrados, comemora 30 anos e celebra o bicentenário da Independência do Brasil; Competição vai cruzar o país do Sul ao Norte durante 15 dias
Equipe Honda Racing de Rally está em contagem regressiva para o Sertões 2022 |
Crédito: Ricardo Leizer/Mundo Press |
A Honda Racing estará presente na edição histórica de 30 anos do Sertões e comemorativa ao bicentenário da Independência do Brasil. Jean Azevedo, Martin Duplessis, Bissinho Zavatti, Gabriel Soares e Tiago Wernersbach, com o chefe Dário Júlio e toda a equipe, disputam a competição, de 26 de agosto a 10 de setembro. A prova será a maior do mundo de rally, em trechos cronometrados, e cruzará as cinco regiões do país, do Sul ao Norte, durante 15 dias. A cidade de Foz do Iguaçu (PR) sediará a largada e Salinópolis (PA), a chegada.
O percurso total conta com 7.202 quilômetros, sendo 4.378 de especiais (trechos contra o relógio) e passará por oito estados: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Maranhão e Pará. A prova é válida também pelo Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country.
Maior vencedora na geral das motos na história do Sertões, com nove títulos, a equipe Honda Racing vai em busca da décima taça em 2022. Um dos principais nomes da competição é Jean Azevedo, 48 anos e heptacampeão da prova, que disputa a categoria Moto 1. “É um desafio diferente do que já teve em toda a história do Sertões. Serão 14 etapas com um dia de descanso no meio, além de especiais longas, duras, quilometragem alta todos os dias. Como vamos cruzar o Brasil todo, teremos características de terreno bem diferentes, distintas em cada região”, analisa Azevedo, paulista de São José dos Campos.
Ele também está bastante animado e acostumado com provas longas. “Já fiz 18 vezes o Dakar, sei que em uma prova longa tem que ter boa estratégia e administrar. Tem tudo para ser um grande desafio. Estamos trabalhando e treinando muito para isso. Quem souber jogar melhor, vai chegar no final com a vitória”, diz Azevedo. “Sobre a moto, a CRF 450RX, todo ano a gente trabalha na evolução e está tudo 100%, com todos muito motivados. Fico feliz em participar desta 30ª edição do Sertões. Estou desde os primeiros anos e pude ver como a prova se profissionalizou e hoje segue o padrão mundial”, completa o piloto vice-campeão na geral em 2021.
Estreante na equipe Honda Racing neste ano, o argentino Martin Duplessis vai disputar o Sertões pela primeira vez. “Estou muito motivado e com boas expectativas. Consegui me adaptar bastante ao rally daqui. É diferente do que estava acostumado, mas nos últimos meses, aprendi muito com os meus companheiros e isso ajudou muito na minha evolução. Sei que tenho a melhor equipe e a melhor moto, a CRF 450RX, e ainda sinto que tenho boa velocidade. Estou bem entrosado com todo o time, tanto pilotos, chefe de equipe e mecânicos. Quero fazer uma prova e levar a Honda ao lugar mais alto possível”, destaca o piloto de 32 anos. Ele tem no currículo o título do Sul-Americano de Rally, além de passagens pelo Dakar e pelo Mundial de Rally Cross Country.
Atual bicampeão da Moto 2 e dono de quatro títulos da classe Brasil, Bissinho Zavatti está ansioso pela edição histórica do Sertões. “Não vejo a hora de começar esse rally. Nunca andei em uma prova tão longa como essa. Será um grande desafio para mim. Estou me preparando bastante para isso, tanto o físico quanto o psicológico. O objetivo é fazer uma grande prova, como venho fazendo nos últimos anos. Quero dar continuidade na temporada, que tem sido muito boa e estou bem animado em atravessar esse Brasil todo”, evidencia o paulista de 36 anos, natural de Monte Alto.
Outro estreante no Sertões, porém já integrante da equipe Honda Racing há seis anos, Gabriel Soares “Tomate” migrou neste ano do time de enduro para o de rally. Logo no seu ano de estreia na nova modalidade, o mineiro de Divinópolis vai encarar o Sertões mais especial. “As expectativas são muito boas. É uma edição inédita para o Sertões. Com certeza, fazer parte dessa prova me deixa muito animado e motivado. Minha meta é concluir a prova e sei que não será fácil. Quero chegar bem e com a moto 100%. Vai ser uma prova que tem que ser pensada dia a dia. Tenho feito treinos fortes, com muitas horas na moto para superar esse grande desafio na minha carreira”, ressalta o piloto de 24 anos, que também vai competir pela Moto 2, com a CRF 450RX.
Representante da Honda Racing e atual campeão da classe Brasil, exclusiva para motos nacionais, com a CRF 250F, Tiago Wernersbach é o piloto a ser batido na categoria. O capixaba de Domingos Martins, que disputa o seu segundo Sertões, está confiante. “Minha evolução no último ano foi muito grande e ganhei todas as etapas do Brasileiro de Rally Cross Country neste ano até agora. Sei que vai ser uma prova grande e saber poupar o equipamento vai contar muito. Nunca participei de uma prova desse tamanho. O psicológico precisa estar bem preparado e toda a equipe também”, finaliza Wernersbach.
A equipe Honda Racing de Rally é patrocinada por Pro Honda, ASW, Alpinestars, Borilli Racing, DID e Seguros Honda.
Confira o roteiro do Sertões 2022:
1ª etapa – 27/8 (sábado)
Foz do Iguaçu (PR) a Umuarama (PR)
Deslocamento inicial – 20 km
Especial – 173 km
Deslocamento final – 173 km
Total do dia: 366 km
A primeira especial será um aquecimento para o Sertões 2022, com um dos menores trechos cronometrados do roteiro. A disputa será realizada em estrada agrícola, com piso de cascalho e bem técnica. Como é característica da região, haverá várias lombas – ou seja, a atenção na pilotagem e na navegação será fundamental para evitar os perigos.
2ª etapa – 28/8 (domingo)
Umuarama (PR) a Presidente Prudente (SP)
Deslocamento inicial – 20 km
Especial – 303 km
Deslocamento final – 213 km
Total do dia: 536 km
Com direção ao Sudeste, a segunda etapa é inédita e traz estradas de fazendas com lavouras de cana. A especial é apontada como a mais exigente da história do Sertões no quesito navegação. Principalmente nos últimos 110 quilômetros, por conta das referências muito próximas, qualquer erro pode custar muito tempo.
3ª etapa – 29/8 (segunda-feira)
Presidente Prudente (SP) a Campo Grande (MS)
Deslocamento inicial – 135 km
Especial – 307 km
Deslocamento final – 344 km
Total do dia: 786 km
O cenário muda com as fazendas pecuárias e sinais de lagoas características do Pantanal. As estradas são estreitas, porém rápidas e arenosas. No deslocamento final, será permitido transportar as motocicletas nos veículos de apoio.
4ª etapa – 30/8 (terça-feira)
Campo Grande (MS) a Costa Rica (MS)
Deslocamento inicial – 64 km
Especial – 382 km
Deslocamento final – 31 km
Total do dia: 477 km
Inédita no Sertões, a especial traz várias estradas de cascalho. Será rápida no início, porém, a partir do km 50, haverá trial pesado e estradas estreitas até o km 200, local do abastecimento. O percurso continua por uma serra e, nos últimos 30 km, apresenta algumas lombas altas, o que exigirá bastante atenção.
5ª etapa – 31/8 (quarta-feira)
Costa Rica (MS) a Barra do Garças (MT)
Deslocamento inicial – 87 km
Especial – 527 km
Deslocamento final – 23 km
Total do dia: 637 km
Do Mato Grosso do Sul ao Mato Grosso, a quinta etapa traz evento promocional em Alcinópolis (MS). A especial será bastante dura, com estradas estreitas e arenosas. A cada 50 quilômetros, as características da prova irão mudar - e não haverá zonas longas de radar no extenso percurso. O preparo físico será primordial para cumprir o desgastante dia.
6ª etapa – 1/9 (quinta-feira)
Barra do Garças (MT) a São Félix do Araguaia (MT) - 1ª parte Etapa Maratona 1
Deslocamento inicial – 67 km
Especial – 523 km
Deslocamento final – 92 km
Total do dia: 682 km
Será a maior especial da história do Sertões e a parte inicial da primeira Etapa Maratona, na qual não é permitido auxílio mecânico externo aos pilotos. Longas retas, extremamente rápidas, e muitas deps (depressões causadas por poça seca) marcam o início do caminho, que fica bastante travado nos últimos 300 km. O final do dia terá muita areia, travessia de rios e uma travessia por balsa.
7ª etapa – 2/9 (sexta-feira)
São Félix do Araguaia (MT) a Palmas (TO) - 2ª parte Etapa Maratona 1
Deslocamento inicial – 13 km
Especial – 143 km
Deslocamento final – 425 km
Total do dia: 581 km
Após uma travessia de balsa pelo Rio Araguaia, os competidores descobrirão a Ilha do Bananal, local que conta com mais de 40 aldeias indígenas. É a menor especial do roteiro, mas que representa o final da primeira Etapa Maratona do Sertões 2022 – ou seja, os pilotos seguem sem contar com as equipes de apoio até o término da etapa. As características do local lembram a região do Jalapão, com piso arenoso. No deslocamento final até Palmas, será permitido transportar as motocicletas nos veículos de apoio.
Dia de descanso – 3/9 (sábado)
Palmas (TO)
O dia de descanso é obrigatório por questões de regulamentos internacionais pela quantidade de quilômetros rodados em sequência.
8ª etapa – 4/9 (domingo)
Palmas (TO) a Mateiros (TO) - 1ª parte Etapa Maratona 2
Deslocamento inicial – 98 km
Especial – 423 km
Deslocamento final – 0km
Total do dia: 521 km
Após o dia de descanso, a prova continua desafiadora com o início da segunda Etapa Maratona, que traz uma seleção das melhores trilhas da região do Jalapão. A maioria dos trechos com pontes de madeira ficou fora para evitar zonas de radar. A especial começa rápida, com piso de piçarra, mas logo em seguida vai para as areias – característica que predomina até o final. Haverá travessia do Rio Prata, muita areia e exigência na navegação.
9ª etapa – 5/9 (segunda-feira)
Mateiros (TO) a Bom Jesus (PI) - 2ª parte Etapa Maratona 2
Deslocamento inicial – 0 km
Especial – 409 km
Deslocamento final – 101km
Total do dia: 510 km
Etapa longa, que traz a parte final da segunda Etapa Maratona. O dia segue pelo mix das melhores trilhas do Jalapão, com direção ao Nordeste. Os últimos 80 km da especial são inéditos, ainda com muita areia.
10ª etapa – 6/9 (terça-Feira)
Bom Jesus (PI) a Bom Jesus (PI)
Deslocamento inicial – 0 km
Especial – 329 km
Deslocamento final – 0 km
Total do dia: 329 km
Depois de dois dias em formato Maratona, as equipes de apoio permanecem em Bom Jesus (PI), tendo mais tempo para realizar a manutenção nos equipamentos. A especial terá roteiro em laço, começando pela bela região dos Cânions do Viana, muita “quebradeira” e terreno pesado de areia. Com apenas 2 km de deslocamentos, no final do dia, a etapa será marcada por muita navegação e quase 100% de trecho cronometrado.
11ª etapa – 7/9 (quarta-feira)
Bom Jesus (PI) a Balsas (MA)
Deslocamento inicial – 57 km
Especial – 219 km
Deslocamento final – 278 km
Total do dia: 554 km
Apesar de já ter passado por Balsas em várias ocasiões, o Sertões reservou especial inédita para o trecho com direção à cidade maranhense. A especial começa com travessia de riacho e cenário de fazendas, na qual há predomínio do solo de piçarras. Haverá subida de serra, com um grande platô, onde o caminho começa a travar. Areia, muita navegação e médias velocidades também formam a especial apontada como uma das mais técnicas da edição 2022.
12ª etapa – 8/9 (quinta-feira)
Balsas (MA) a Imperatriz (MA)
Deslocamento inicial – 12 km
Especial – 156 km
Deslocamento final – 238 km
Total do dia: 406 km
A especial inédita começa rápida e dentro de pequenas lavouras de soja. Entra em trecho de serra, com muitas subidas e descidas, e segue com a mesma característica até o final.
13ª etapa – 9/9 (sexta-feira)
Imperatriz (MA) a Paragominas (PA)
Deslocamento inicial – 35 km
Especial – 358 km
Deslocamento final – 70 km
Total do dia: 463 km
Boa parte da especial será realizada em uma fazenda. O percurso será um dos mais travados do roteiro, mas dos mais bonitos também. Os primeiros 80 km sobem uma serra travada, misturando plantação de eucalipto com pastagens, e vão exigir muita navegação. Haverá deslocamentos pequenos para travessias de rodovias e pontos de altas velocidades, com passagens por vilas, até chegar no trecho mais travado do dia para acessar o Pará.
14ª etapa – 10/9 (sábado)
Paragominas (PA) a Salinópolis (PA)
Deslocamento inicial – 2 km
Especial – 126 km
Deslocamento final – 226 km
Total do dia: 354 km
Apesar de ser o último dia, a especial será “de gente grande” e mistura terreno com areia e pedra. Passa por áreas agrícolas e trechos de matas e fica bastante técnica na parte final, que é muito bonita. As equipes de apoio aguardam para comemorar no fim da especial, e todos poderão aproveitar a paisagem paradisíaca no litoral do extremo norte do Brasil.
TOTAL DO PERCURSO: 7.202 km
TOTAL DE ESPECIAIS: 4.378km