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Espanhol impulsionando corporações

29 de Julho de 2022

O Brasil é um dos destinos mais escolhidos por empresas de língua espanhola que desejam expandir suas operações - e isso não ocorre somente por causa do nosso enorme mercado local. Deve-se também por ser um foco significativo de investimento e desenvolvimento na América Latina, já que muitos fundos de investimento apoiam as empresas iniciantes em seus diferentes estágios, e também porque oferecem modelos de negócios inovadores, com muita experiência em escalabilidade empresarial.

Martin Perri é CEO e fundador  da Nulinga | Foto: Divulgação

Enquanto o Brasil é a melhor posição na América Latina para o desenvolvimento de startups, São Paulo é a melhor cidade brasileira para startups que buscam expandir seu crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), a cidade reúne cerca de 2.761 startups, sendo que 59,8% delas já receberam algum tipo de investimento. 

Todo este potencial traz consigo uma nova perspectiva para o aprendizado do espanhol, idioma falado por mais de 500 milhões de pessoas em todo o planeta e que ganha cada vez mais relevância no mercado corporativo.  Embora o seu alcance não tenha a mesma amplitude do inglês, esta é a língua nativa de países interessantes economicamente para os brasileiros. Afinal, a maioria das nações latinas estão aqui perto e estão na mira de muitas empresas nacionais que pretendem se expandir.

O espanhol vem ganhando notável protagonismo diante da necessidade de desenvolver novas capacidades linguísticas entre equipes de diferentes nacionalidades latinas, sobretudo por se tratar de um idioma cuja estrutura é semelhante ao português. Mas não se engane: falar “portunhol” não leva ninguém a lugar algum no mercado de trabalho. Para que as empresas cresçam de fato é preciso que suas pessoas dominem o idioma de verdade, o que requer alguns anos de estudo.

Pelo fato de se derivarem da mesma língua, o latim, o português e o espanhol têm muito em comum. Essa familiaridade ajuda muito na aprendizagem do espanhol por parte dos falantes do português brasileiro - aliás, é mais fácil para um brasileiro aprender espanhol do que um falante de espanhol aprender português.

No entanto, é importante levar em conta que essa facilidade de aprendizagem não significa que é simples entender o idioma sem estudá-lo. Um exemplo disso são os falsos cognatos, palavras iguais ou parecidas ao português com um significado completamente diferente, como “enojado”, que em espanhol significa zangado, ou “latido”, que se refere às batidas do coração.

Tais aspectos se traduzem em oportunidade se pensarmos que uma equipe preparada para se comunicar em um idioma tão estratégico como o espanhol pode fazer toda a diferença para alavancar novos negócios.

Basta verificar que a América Latina está se posicionando como um pólo promissor de startups e inovação perante outras regiões do mundo. Entre 2017 e 2021, a região captou mais de US$ 36 bilhões em investimentos, resultando em 34 startups unicórnio — ou seja, empresas com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Esses dados foram mencionados por Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank e colunista de uma grande publicação de economia.

Todos os países que fazem fronteira com o Brasil têm o espanhol como língua oficial, com a exceção apenas da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Isso é importante não somente do ponto de vista econômico e comercial, quanto também cultural e até social, já que compartilhamos culturas similares. 

A América Latina como um todo está crescendo exponencialmente. O México se tornou um dos novos líderes: as 500 maiores empresas do país tiveram vendas de quase 20,5 bilhões de pesos em 2021, 14,2% a mais do que no primeiro ano da pandemia. O mesmo está acontecendo com a Colômbia e também com a Argentina.

Sabemos que treinar equipes com aulas de língua espanhola está se tornando uma clara necessidade para o Brasil a fim de capacitá-las e expandir-se para estes mercados. Na nossa plataforma, 30% dos alunos brasileiros têm um nível avançado de inglês, e 60% têm, pelo menos, um nível intermediário de espanhol; enquanto isso, no restante da América Latina, há um nível melhor de inglês, mas poucas pessoas têm pelo menos um nível de português.

Isso mostra que já percebemos o quanto esse aprendizado é valioso. E estamos no caminho certo.

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