O estado de São Paulo está entre os dez estados brasileiros com mais focos de queimadas detectados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde janeiro até este mês. As informações são do Gazeta de Rio Preto.
Foto: Arquivo/Polícia Ambiental |
Os registros foram feitos no Mato Grosso, com 7.859; Tocantins, com 3.920; Maranhão, com 3.170; Minas Gerais, com 2.039; Bahia, com 2.001; Pará, com 1.777; Goiás, com 1.567; Mato Grosso do Sul, com 1.394; Piauí, com 927; e São Paulo, com 761.
De acordo com a medição do Programa Queimadas, do Inpe, esses focos de incêndios detectados de 1º janeiro a 20 julho no Cerrado e na Amazônia já são maiores do que os detectados no mesmo período do ano passado. De 1º até o dia 20 de julho, a plataforma havia revelado 4.252 e 2.023 focos de queimadas em ambos os biomas, respectivamente.
Desde o começo do ano, os números tornam-se cada vez mais alarmantes: foram 15.121 focos de incêndios no Cerrado e 9.556 na Amazônia. No acumulado do ano, o número de queimadas no Cerrado é quase três vezes maior que na Mata Atlântica, onde foram detectados 3.303 focos. Já em relação à Amazônia o número equivale ao dobro.
Se considerado apenas o mês de julho (até o dia 20), Maranhão (1.412 focos), Tocantins (1.145), Mato Grosso (1.019), Pará (653), Minas Gerais (546) e Goiás (349) lideram o ranking de estados com mais focos de incêndios. Bahia, Piauí e Amazonas também registraram mais de 300 focos de queimadas no decorrer do mês.
Os dados revelam que a região conhecida como Matopiba, acrônimo para os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, destaca-se entre as que mais estão queimando os seus ecossistemas. Predominante nessas áreas, o Cerrado tem sido alvo da monocultura de grãos, a exemplo da soja, entre outras atividades agropecuárias, que se expandiu entre os quatro estados a partir da segunda metade dos anos 1980.
Com a chegada do período mais seco, os altos números também preocupam nos estados que compõem a Amazônia Legal (Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Amazonas, principalmente), nos quais as ocorrências de queimadas estão frequentemente associadas à devastação das florestas e à posterior grilagem de terras, assim como ao avanço sobre áreas protegidas e terras públicas.
O aumento de doenças respiratórias está entre os inúmeros prejuízos causados pelos incêndios à população dessas regiões. Outros problemas incluem a perda de patrimônio socioambiental e cultural, como as áreas de uso familiar ou coletivo atingidas pelo fogo criminoso, as faixas de florestas e cerrado que representam habitats para muitas espécies animais e vegetais e mesmo os sítios arqueológicos ainda desconhecidos por instituições de pesquisa e comunidades do entorno.
Municípios
A maior parte dos municípios com altos números de queimadas detectados desde o início do ano está concentrada no estado do Mato Grosso, no qual se localizam faixas tanto de Cerrado quanto de Amazônia.
Entre os 10 que registraram o maior número de queimadas detectadas de 1º de janeiro a 20 de julho, estão Corumbá (MS), com 483 focos; Feliz Natal (MT), com 482; Nova Ubiratã (MT), com 480; Formoso do Araguia (TO), com 414; Lagoa da Confusão (TO), com 412; União do Sul (MT), com 392; Nova Maringá (MT), com 390; Tangará da Serra (MT), com 364; Fernando Falcão (MA), com 332; e Marcelândia (MT), com 319.
Rio Preto
Em Rio Preto-SP, segundo o balanço do Corpo de Bombeiros, de janeiro a maio deste ano, foram registrados 446 incêndios em vegetação natural e 67 em vegetação cultivada.
Em 2021, no mesmo período, foram registrados 266 incêndios em vegetação natural e 13 em vegetação cultivada. Durante todo o ano foram registradas 2.134 ocorrências de incêndios em vegetação natural e 357 em vegetação cultivada.