Carro estava abastecendo quando houve a explosão, no posto na Rua Vinte e Quatro de Maio, em São Francisco Xavier.
Um carro explodiu enquanto abastecia o tanque com GNV em um posto de combustíveis na Rua Vinte e Quatro de Maio, em São Francisco Xavier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (26/7). Duas pessoas foram atingidas, um homem que acabou morrendo e uma mulher que teve ferimentos leves. O Corpo de Bombeiros também foi acionado.
Carro explode enquanto abastecia em posto de combustíveis na Zona Norte do Rio | Foto: Reprodução |
Imagens do circuito de segurança mostra o momento da explosão. Um casal está próximo ao veículo, de pé, perto da porta do carona. O homem então anda para a traseira do carro e abre a mala. Três segundos depois, o veículo explode.
O homem, identificado como Mário Magalhães da Penha, de 67 anos,é lançado a cerca de dois metros com a pressão da explosão e fica caído. Ele foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, em estado grave, passou por cirurgia, mas não resisitiu eu faleceu.
A mulher, que ainda não foi identificada, também ficou ferida, mas aparece caminhando, se distanciando do veículo. Ela foi socorrida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas já recebeu alta.
Carro explodiu enquanto abastecia em posto de combustíveis na Zona Norte do Rio | Foto: Luiz Antônio Bizarro / arquivo pessoal |
Nas imagens é possível ver que o carro ficou destruído, assim como parte do forro do teto e parte das bombas de combustível.
Frentistas contaram à reportagem que a explosão foi no cilindro de gás do veículo, que estava em mau estado de conservação, com ferrugem.
Fiscais da prefeitura, da empresa de gás Naturgy - que desligaram o fornecimento de gás do posto - e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão no local.
Confira abaixo a nota oficial da ANGIS sobre o ocorrido:
NOTA OFICIAL - EXPLOSÃO CARRO GNV NO RIO DE JANEIRO
A Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (ANGIS) vem a público se solidarizar com os envolvidos no acidente que ocorreu, na manhã desta terça-feira (27/7), em um posto de gasolina em São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, envolvendo um veículo movido a gás natural veicular (GNV), causando um óbito e deixando uma pessoa ferida. De acordo com investigações preliminares, a explosão foi causada pelo uso de um cilindro de abastecimento adulterado.
Diante da situação lamentável, a ANGIS faz um novo alerta à sociedade em geral e a todos os órgãos competentes sobre os riscos que a falta de regulamentação e inspeção em automóveis movidos a GNV podem ocasionar. Infelizmente, enquanto as autoridades envolvidas de alguma forma com o assunto GNV não adotarem as providências necessárias para os devidos controles, outros acidentes semelhantes a esse continuarão a acontecer.
Não é de hoje que a ANGIS vem alertando a administração pública sobre os riscos que os carros com kit GNV irregulares podem causar a toda a população. Em 2021, a associação em parceria com Sindicato das Empresas de Inspeção Veicular do Estado de São Paulo (SIVESP) realizou uma pesquisa inédita em postos de combustíveis de 74 cidades paulistas. O estudo mostrou que 78% dos veículos abastecidos com GNV na cidade de São Paulo estão irregulares. Segundo a pesquisa, 70% dos veículos não estão registrados no Renavam como possuidores do sistema GNV e outros 8% estavam com licenciamento ou inspeção atrasados há dois anos ou mais.
No início deste ano, a ANGIS e o SIVESP enviaram um comunicado oficial para os órgãos competentes municipais, estaduais e federais informando sobre a irregularidade. Entretanto, apenas algumas entidades responderam ao ofício demonstrando interesse em discutir o assunto e apresentar soluções para o problema. Entre os órgãos comunicados estão o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem/SP), o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, a Secretaria de Transporte e Logística do Estado de São Paulo, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania – DPPC, a Delegacia Geral de Polícia – DGP, o Comando da Polícia Militar da Capital do Estado de São Paulo, o Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Município de São Paulo, além de Prefeituras e Secretarias de Transporte dos 74 municípios.
A Lei Federal nº 16.649/2018 e a Portaria do Inmetro /MDIC nº 122/2002 determinam que a inspeção veicular deve ser realizada anualmente em todos os veículos equipados com sistema GNV. A inspeção é obrigatória e deve ser realizada logo após a conversão, uma vez que o cilindro que armazena o GNV é abastecido em alta pressão - 220 bar -, que é suficiente para encher 100 pneus de um carro popular. Durante a inspeção, são verificados os índices de poluentes emitidos pelo veículo que devem respeitar os limites de emissão estabelecidos pelas normas vigentes.
Os veículos aprovados em inspeção recebem o Selo do Inmetro, que deve ser exigido pelos frentistas no ato de abastecimento dos automóveis movidos a GNV. A não realização da inspeção de segurança pode causar uma série de danos aos ocupantes, aos motoristas, passageiros, pedestres e frentistas de postos de abastecimento como danificação de peças do automóvel, incêndios e explosões.
A ANGIS reitera ainda que a inspeção de segurança veicular é indispensável para a preservação das vidas no trânsito. Todos os acidentes em carros com sistemas GNV aconteceram, comprovadamente, em veículos que estavam em situação irregular e sem as inspeções periódicas em dia. Cabe aos órgãos governamentais aumentar as fiscalizações para que casos como o ocorrido nessa terça-feira não se repitam e façam vítimas fatais.
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Informações: Marcelo H M Hoffgen: Diretor Executivo Angis