Com medo das ameaças, o menino e os pais mudaram de cidade. Caso é investigado pela Polícia Civil. 'Três deles seguraram ele e os outros cometeram o abuso', diz mãe.
A Polícia Civil de Pernambuco está investigando denúncia de que um estudante de 12 anos teria sofrido estupro coletivo e agressões em uma escola pública da Zona Sul do Recife. De acordo com relato da família, os pais perceberam os abusos ao ver marcas no corpo do adolescente. Os abusos seriam cometidos por outros alunos da instituição. As informações são do Correio Braziliense.
"Eles entravam, jogavam ele no chão e espancavam ele ali, no chão, para ninguém ver", disse a mãe do adolescente | Foto: Marcos Santos/USP/Imagens |
“Eles entravam, jogavam ele no chão e espancavam ele ali, no chão, para ninguém ver. Chegaram ao ponto de levar ele para o banheiro, né? Aí, botaram arma na cara dele. E foi quando três deles seguraram ele e os outros cometeram o abuso", contou a mãe do menino.
A família também descobriu que o adolescente começou a faltar aulas após os abusos para fugir da escola. Ao conversar na instituição sobre o medo que o menino sentia de ir para a escola, a mãe relatou que a escola respondeu que nada estava acontecendo. "Disseram que era tudo coisa da cabeça dele. Que nada disso era verdade, que eu não desse importância porque era tudo coisa da cabeça dele", contou.
A mãe do adolescente prestou queixa na Delegacia de Crimes contra Criança e Adolescente (DPCA) em 13 de abril por ameaça e estupro de vulnerável ocorrido um mês antes, em 15 de março. O boletim de ocorrência mostra que os crimes teriam sido cometidos em um estabelecimento público, a escola estadual na Zona Sul do Recife, onde o garoto estudava.
O advogado da família conta que a polícia encaminhou o jovem para fazer exames.
"Ele estava com síndrome do pânico quando ia falar. Estava fazendo uso de medicamento muito forte. Então, está tendo todo um trabalho psicológico, até da delegacia na ouvida especial, para extrair essas informações dele sem machucar tanto a vítima", relatou a defesa.
A Secretaria de Educação de Pernambuco informou que a direção da escola ficou sabendo do caso em 18 de abril e que a gestão da unidade já prestou depoimento. "Em casos de violência, os estudantes são orientados a informar aos professores e a gestão da escola, que fazem uma escuta ativa e tomam as medidas cabíveis para sanar o problema", diz.
Nota completa
"A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE/PE) esclarece que o suposto caso de violência sofrido por um estudante em uma escola da rede pública estadual, situada no Recife, segue em investigação pela Polícia Civil de Pernambuco. A direção da escola tomou conhecimento do caso no dia 18 de abril, durante uma reunião convocada pelo Conselho Tutelar. A gestão da unidade de ensino prestou depoimento no início de junho e está à disposição para ajudar nos trabalhos da polícia.
A SEE/PE reitera o compromisso com a cultura de paz no ambiente escolar, onde todo e qualquer tipo de preconceito é inadmissível. Em casos de violência, os estudantes são orientados a informar aos professores e a gestão da escola, que fazem uma escuta ativa e tomam as medidas cabíveis para sanar o problema."