A questão que mobiliza psicanalistas e filósofos, e as respostas a elas são encontradas na análise — este é o tema da nova obra do psicanalista Luis Izcovich
A vida de um psicanalista é geralmente cercada por muitas perguntas. A pessoa constrói sua identidade ou apenas se submete a um discurso já determinado? Como chegou a ser quem é? Foi a partir do que construiu em relação às próprias experiências? A persona que realmente a representa ou em que se transformou é fruto de âmbitos sociais?
Segundo Vinicius de Moraes, “é impossível ser feliz sozinho”, e o preço do encaixe social para viver em grupo talvez seja um certo consentimento.
É fácil perceber isso quando o psicanalista Luis Izcovich, em sua obra A Identidade: escolha ou destino? publicada pela Aller Editora, busca os relatos de Jacques Lacan para explicitar o que torna as pessoas o que elas são. Pois não se trata de submeter-se ao outro, mas de determinado discurso no qual possa se encaixar.
O discurso é a transformação em verdade do que um determinado grupo diz, culminando na falta de liberdade do sujeito. Dessa maneira, as pessoas que não se adaptarem a esse discurso podem sentir-se sem lugar, deslocadas em um mundo que exige uma única maneira de existir.
Diante dos desafios das migrações e das novas identidades sexuais que se fazem tão presentes em nosso tempo, qual o papel do psicanalista? Izcovich retoma o ensino de Lacan, e afirma que o processo de análise é um meio privilegiado para que o paciente possa revisitar e ressignificar sua história pessoal, compreendendo qual a maneira que deseja estar no mundo e relacionar-se com os outros. É na análise que o sujeito pode entender que aquilo que o difere dos demais é também a sua marca, e que com ela poderá estar, ser e contribuir no mundo que habita.
A perspectiva de considerar o analista como sinthoma abre uma outra opção, a de um laço fundamentado no real, o que inaugura novas perspectivas para formas de laço social fora da análise. — Luis Izcovich (A Identidade: escolha ou destino?, Aller Editora)
Este significa o poder da análise. Descobrir se a formação da identidade está no discurso ou na liberdade de apenas ser quem se é e qual impacto esse sentido causa para os laços afetivos, para a própria sexualidade ou mesmo para edificação dos próprios prédios emocionais.
Ficha Técnica: A identidade: escolha ou destino?
Luis Izcovich
Selo: Aller
Páginas: 200
Formato: brochura, 16x23cm
Peso: 360g
Preços: R$ 116,00
R$ 81,20
ISBN: 978-65-87399-32-4
ISBN ebook: 978-65-87399-33-1
Gênero: Psicanálise, Psicologia
Sobre o autor: Luis Izcovich é psicanalista, psiquiatra de formação, doutor pela Universidade de Paris VIII, na qual também lecionou. É membro da Internacional dos Fóruns do Campo Lacaniano e de sua Escola. Atualmente ensina no Colégio de Clínica Psicanalítica de Paris, cidade em que exerce a psicanálise