A terapia é uma das iniciativas que empresas podem adotar para prevenir que seus funcionários adoeçam, além de ser uma prática aliada ao ESG
A saúde mental é um dos assuntos que mais vem sendo discutidos em todo o mundo, principalmente dentro das empresas. Isso ocorre devido ao esgotamento profissional - causado pela sobrecarga de serviços -, ao estresse recorrente e à falta de reconhecimento de chefes e coordenadores, o que podemos chamar de Síndrome de Burnout. Juntamente com essas síndromes adquiridas no ambiente corporativo, vemos também sua relação frente ao ESG (Ambiental, social e governança) e suas ações.
Segundo uma pesquisa realizada pela Mindsight (empresa de tecnologia especializada em recursos humanos), 86% das empresas ainda não agem para evitar o Burnout. No ESG, a parte mental dos funcionários entra no S de social. A importância de se atentar ao emocional é enorme, já que um colaborador doente adquire diversos sintomas, como dores de cabeça frequentes, cansaço excessivo físico e mental, insônia, problemas gastrointestinais, entre outros, o que além de afetar sua vida pessoal, atinge seu rendimento profissional e o ânimo necessário para desempenhar suas funções e realizar tarefas simples.
De acordo com a engenheira química e diretora de operações do Instituto Ser Sustentável (primeira certificadora de critérios ESG do Sul - http://www.
Apesar da saúde mental não ser tratada com a atenção que deveria, a pandemia de Covid-19 nos trouxe um alerta. Além do modelo home office, o período trouxe incertezas quanto ao futuro, perda de foco e diminuição de produtividade das equipes, aumentando os níveis de estresse. Os espaços das casas passaram a ser compartilhados sem a devida separação de ‘lar’ e ‘trabalho’. “Este novo ambiente obrigou as corporações a desenvolverem um olhar mais humano para suas equipes, com o objetivo de acolher e dar suporte às novas demandas sociais trazidas por estes grupos”, explica a diretora de operações do Instituto Ser Sustentável.
Equoterapia como prática ESG
Iniciativas como terapias, mudanças de comportamento das organizações, entre outras, são algumas atitudes que podem ser feitas para evitar esses casos extremos, como a síndrome de Burnout. A Equoterapia é uma das opções que podem ser adotadas pelas empresas. A terapia ocorre por meio da interação com os cavalos, como explica a fundadora da EquoSorriso, ONG que oferece equoterapia e equitação, Rosana Collect. “A Equoterapia é uma grande aliada para combater a exaustão emocional, -cada vez mais evidente no meio corporativo-, porque consegue ter impacto nas três letras do ESG. Na EquoSorriso, trabalhamos a terapia em meio a natureza, trazendo elementos da meditação, yoga e conexão sensorial ao vendar os olhos, tudo com o sigilo e normas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)”.
Uma organização que cuida e se preocupa com as questões mentais dos seus funcionários tende apenas a ganhar, porque uma pessoa mentalmente estabilizada e focada contribui muito mais com a empresa. Além das questões emocionais, a terapia faz a diferença em diversas áreas do corpo, é o que esclarece Rubia, do Instituto Ser Sustentável. “A equoterapia promove ganhos motores e estimula o funcionamento cerebral, proporcionando a regulação de funções corporais por meio de processos que ocorrem nos sistemas nervoso e endócrino, tendo efeitos positivos em quem a pratica”.
Para a psicóloga da EquoSorriso, Silvana Vaini, o praticante de equitação pode desenvolver novos olhares para a vida. “A Equoterapia é um tipo de terapia que propicia a possibilidade de um novo olhar, sob um novo ângulo, para a vida, trabalho, afetos, sendo este relacionado à vida animal (cavalo) e, principalmente, um novo olhar para si mesmo. Esses novos olhares poderão oportunizar uma espécie de ‘detox’, desestresse e reflexões para mudanças de rotinas, estilo de vida, tomada de decisões, ou seja, organizações necessárias para uma produtividade melhor e sem o cansaço excessivo que leva à Síndrome de Burnout”.