O médico Ramon de Mello explica como superar os impactos da doença
Receber um diagnóstico de câncer traz impacto para o paciente e para a sua sexualidade. “O câncer não é uma sentença de morte e as pessoas podem viver sua vida sexual durante o tratamento, às vezes com maiores ou menores limitações”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
“Além do impacto emocional, os efeitos colaterais do tratamento podem afetar a sexualidade da pessoa começando com a maneira como ela se vê. Em alguns casos, o uso de sondas, queda de cabelo, enjoo ou diarreia reduzem significativamente o desejo sexual”, explica Ramon de Mello. Segundo ele, alguns tratamentos como as terapias hormonais para tumores de mama e próstata também afetam o desejo sexual.
O médico orienta que a solução passa por uma conversa do casal, inclusive, com a equipe de atendimento do paciente: “Na maioria das vezes, o tratamento da doença toma um espaço tão grande na vida do paciente, que ele chega a relegar para segundo plano as questões da sexualidade. Mas os profissionais estão preparados para dar orientações sobre o assunto”.
O tratamento oncológico também pede alguns cuidados para a prática sexual. Segundo o oncologista, as pacientes que passam por quimioterapia ou radioterapia precisam evitar a gravidez. Nesses casos, há risco de agressão ao feto. O mesmo vale para os homens em tratamento, que precisam usar camisinha durante o ato sexual.
“O preservativo também é indicado para pacientes com imunidade baixa, evitando infecções que possam ser transmitidas durante o sexo”, afirma o oncologista. Segundo ele, outro sintoma que dificulta a vida sexual nas mulheres é a secura vaginal, que provoca dores durante a relação. É possível aliviar a falta de lubrificação com hidratante e lubrificantes vaginais naturais. “Converse sempre com o seu médico e procure seguir com melhor qualidade de vida”, orienta Ramon de Mello.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology -- ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology -- ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology -- ASCO).
Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
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