Pediatra Roberta Esteves explica e dá dicas sobre esse quadro que atinge recém-nascidos e preocupa muitos casais
Logo nos primeiros dias de vida de uma criança grande parte dos pais se deparam com um grande desafio: as cólicas. “É um episódio de choro (ou agitação) intenso, frequente e prolongado em um bebezinho saudável. É quando o bebê chora por muito tempo, sem que tenha um motivo aparente para isso”, explica a pediatra, Roberta Esteves. Não tem como prever quais bebês irão apresentar cólica, mas em média, um em cada quatro recém-nascidos pode apresentar o quadro.
Cólicas no bebê: um desafio para os pais | Foto: Divulgação |
Mas como lidar com essa situação? O primeiro passo é acompanhamento médico. “O pediatra não acolhe somente a criança, mas também a família. O acompanhamento com esse profissional permite que sejam identificados fatores que possam estar contribuindo para que a cólica surja, além de reconhecer se de fato é cólica ou outro problema de saúde que precisa de melhor investigação”, esclarece a especialista.
Roberta Esteves ainda explica que a cólica costuma surgir por volta dos 15 dias de vida do bebê e, em geral, desaparece por conta própria em torno de três a quatro meses de idade. Porém, em alguns casos, pode se estender até os seis meses.
Diante desse quadro é possível seguir algumas dicas para passar com mais “tranquilidade” por esse momento. “Muitas medidas sem o uso de remédios podem dar muitos resultados bons. Nem todo choro é cólica. Com o tempo, os pais vão aprendendo a identificar as causas de choro do seu bebê que pode ser fome, sono, frio, calor, fralda suja, algo na roupa está incomodando. Se essas causas já foram identificadas e resolvidas, sim, o bebê pode estar com cólica”, pontua a pediatra.
É aí que hora de tomar ações para ajudar a criança. “Medidas que tentam simular o ambiente gostoso do útero da mãe são bastante eficazes: enrolar o bebê em um charutinho, colocar um ruído branco (como barulho de chuva) ou uma música calma, escurecer o ambiente, pegar o bebê no colo, falar “shiiiiiii” em som alto no ouvidinho dele e dar um banho relaxante (como ofurô, por exemplo). Massagens na barriga também ajudam bastante, principalmente se o bebê também tiver gases. É importante que a família não mude o leite do bebê e nem dê medicamento algum para seu bebê sem orientação médica”, explica a médica.
A causa das cólicas ainda é desconhecida e não causam nenhum tipo de problema grave para a criança, mas os pais precisam de paciência e atenção porque essa situação pode ser bem frustrante. “Sempre oriento as mães sobre a importância de se acalmarem nessa hora. Eu explico que elas precisam ser pacientes sempre! Manter o bebê seguro é a coisa mais importante que as famílias podem fazer nesse momento. É normal a mulher sentir-se chateada, frustrada ou até mesmo com raiva, mas é importante manter seu comportamento sob controle e nunca sacudir, jogar, bater ou empurrar a criança! O estresse de tentar acalmar um bebê chorando sem parar pode levar alguns pais a sacudir o bebê. Sacudir um bebê pode causar sérios danos ao cérebro e morte. O risco dessas reações descontroladas é maior se os pais não tiverem informações sobre como acalmar uma criança que chora. Eles precisam receber instruções sobre o assunto e carinho e apoio necessários para cuidar de um bebê pequeno”, ressalta a pediatra Roberta Esteves.
Por fim segue a dica. “Se além do choro, o bebê apresenta outros sinais, como não estar sugando bem o peito ou a mamadeira, vômitos, parecer estar sentindo dor quando é manipulado, sonolência maior que de costume, respiração ofegante, febre, redução do xixi ou outras manifestações diferentes, os pais não devem presumir que isso seja cólica e devem entrar em contato com o pediatra assistente e procurar o pronto-socorro imediatamente”, finaliza a médica.