Viver - Saúde

Covid-19 pode atingir quarto pico de contaminação da doença

23 de Junho de 2022

Infectologista alerta sobre possível surgimento de novo surto

Após a sinalização do primeiro caso confirmado da Covid-19, o número de pessoas infectadas já ultrapassou dimensões continentais. Passados pouco mais dois anos dos primeiros diagnósticos, os índices de contaminação continuam altos. Desde o início da pandemia no Brasil, o país já enfrentou três picos de contaminação: no início de 2020; na chegada da variante delta, em 2021; e no início de 2022, com a expansão da ômicron no território nacional. No cenário atual, os especialistas alertam para uma possível 4ª onda da doença, devido ao aumento no número de contaminados que, entre 20 de maio e 02 de junho de 2022, subiu 122%, passando de 14 mil para 31 mil casos confirmados.

Foto: Divulgação

No entanto, esses números ainda podem aparentar índices eufêmicos. A teoria ganha força ao comprovar que, em janeiro de 2022, o SUS realizou 1,7 milhão de testes, já no mês de maio do mesmo ano, foram realizados apenas 176 mil testes. “A tendência é que essas infecções sejam mais leves, devido ao número de pessoas já vacinadas. Entretanto, as chances de os números continuarem subindo é enorme, em decorrência da significativa capacidade de mutação do vírus e sua facilidade de transmissão”, explica o médico infectologista, Moacir Jucá, docente do curso de medicina do UNINASSAU -- Centro Universitário Maurício de Nassau Recife.

De acordo com a última atualização (20/06), realizada pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de 26 Estados e Distrito Federal, o Brasil superou a marca de 178 milhões de pessoas vacinadas com, ao menos, uma dose das vacinas contra a Covid-19, correspondente a 83,27% dos brasileiros. Apesar do avanço, o médico alerta para a necessidade de completar as outras fases da vacinação. “A vacina tem um tempo de proteção e, ao que tudo indica, não é prolongado. Por isso, é de extrema importância manter o ciclo vacinal completo”, relata o especialista.

Alguns estados brasileiros optaram pelo relaxamento das medidas restritivas. Dentre as ações, está a não obrigatoriedade pelo uso da máscara e a não solicitação do cartão de vacina para ter acesso a ambientes fechados. Para boa parte dos especialistas, tais atos contribuíram, significativamente, para o aumento dos casos e um possível 4º pico da doença.

Com o passar do tempo, a população vai esquecendo das medidas de proteção recomendadas e isso facilita o contágio da doença. Entende-se que é difícil manter esta rotina por um tempo tão longo. No entanto, as máscaras ainda são necessárias e devem ser priorizadas, principalmente por pessoas com sintomas gripais e no aceso a ambientes de maior risco, como unidades de saúde e locais com grande fluxo de pessoas”, afirma Jucá.

Em meio às incertezas que envolvem o tema, a sociedade aguarda pelo momento em que os índices de casos da doença permaneçam a níveis mínimos. “Difícil afirmar quando teremos números totalmente baixos. Temos esperança de que outras vacinas surjam e também sejam descobertos medicamentos eficazes. Tudo isso irá favorecer para que, com o tempo, possamos minimizar os índices de transmissão. Até lá, precisamos reforçar essas doses para nos protegermos de forma mais efetiva”, alerta o infectologista da UNINASSAU.

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