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Ex-ministro da educação, Milton Ribeiro, é preso por suspeita de desvios no MEC

22 de Junho de 2022

Advogado do ex-ministro disse não ver 'motivo concreto' para a prisão de Milton Ribeiro. Mediante propina, municípios indicados por pastores teriam prioridade na liberação de recursos.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso preventivamente nesta quarta-feira (22/6), em Santos, litoral de São Paulo. O mandado foi expedido em uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta. As informações são do Rápido no Ar.

Ex-ministro da Educação, na gestão Bolsonaro, Milton Ribeiro é preso | Foto: Reprodução

Segundo a PF, a operação “Acesso Pago” visa investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

O mandado de prisão preventiva cita os crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Milton Ribeiro deve ser levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília e passará por audiência de custódia ainda nesta quarta.

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também foram presos pela PF nesta quarta. Eles são investigados por atuar informalmente junto a prefeitos para a liberação, por meio de concessão de propina, de recursos do Ministério da Educação.

Além do mandado contra o ex-ministro, outros 13 mandados de busca e apreensão, e quatro mandados de prisão estão sendo cumpridos em diversos estados do Brasil. Além disso, existem medidas cautelares determinadas, inclusive com a proibição de contato entre investigados e envolvidos.

O advogado Daniel Bialski, que representa Milton Ribeiro, disse que não vê "motivo concreto" para a prisão do ex-ministro da Educação. A defesa do pastor Arilton Moura informou que vai se pronunciar somente nos autos do processo. 

Milton é acusado de participar de esquema de corrupção no MEC com pastores evangélicos e poderá responder por desvio de recursos do FNDE | Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil 

Os policiais basearam a investigação em documentos, depoimentos e no “relatório final da investigação preliminar sumária” da Controladoria-Geral da União (CGU).

Foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas”, afirma a PF.

O inquérito de investigação contra Milton Ribeiro foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores.

Alguns dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que o ex-ministro afirmou que repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

Com a divulgação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.

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