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Facoemulsificação é cirurgia que trata catarata e pode reduzir dependência de óculos

21 de Junho de 2022

Oftalmologista explica o procedimento cirúrgico seguro e recuperação rápida

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 0,3% da população sofre com a catarata. No Brasil, isso representaria cerca de 550 mil novos casos por ano. Por isso, é importante manter visitas regulares ao oftalmologista para fazer exames que detectam o problema. “Catarata é quando nosso cristalino, que é uma lente transparente que a gente tem no intermédio do olho, começa a opacificar. Como se fosse um vidro sujo com lama. Isso vai acontecendo progressivamente e costuma acontecer mais com a idade. A partir dos 60, 65 anos, ela vai aumentando e esse embaçamento vai prejudicando mais a visão do paciente”, explica o médico oftalmologista Daniel Kamlot.

Facoemulsificação é cirurgia que trata catarata e pode reduzir dependência de óculos | Foto: Divulgação 

Mas não são apenas os idosos, que sofrem com a doença, que pode ter diversas outras causas, de acordo com o oftalmologista. “Existem as cataratas secundárias, devido ao uso crônico e frequente de corticóides. Existe a catarata traumática, depois de algum trauma. Existe a catarata inflamatória, após alguma inflamação do olho. Então existem alguns tipos de catarata, inclusive a catarata congênita, que acontece logo quando o paciente nasce e que pode ser detectado na maternidade e que pode ser consequência de algumas doenças no pré-natal da mãe”, esclarece.

O diagnóstico é realizado por um especialista, por isso a importância de procurar um profissional capacitado para dar início ao tratamento. “A gente costuma fazer a cirurgia chamada de facoemulsificação, com implante de lente intraocular. Essa cirurgia consiste em retirar esse cristalino em partículas bem pequenas através de aspiração. A gente mantém a cápsula posterior e após essa aspiração dessas partículas a gente substitui esse cristalino que está sujo por uma lente intraocular, que pode ser de vários tipos. Esférica, asférica, tórica, trifocal, que pode até diminuir a dependência dos óculos”, destaca Daniel Kamlot.

Como tudo que envolve os olhos, a solução cirúrgica pode assustar os pacientes, mas o médico oftalmologista tranquiliza que a facoemulsificação foi modernizada e está mais segura, demorando de 10 a 15 minutos, dependendo do caso: “Na maioria dos casos, atualmente, a gente nem precisa suturar porque a incisão onde se faz a abertura para a lente é bem pequena e autosselante. A lente não é rígida, é dobrável, e você a injeta dobrada e ela se abre dentro da cápsula, sem necessidade da sutura na maioria dos casos. Além disso, a anestesia é local, com colírio anestésico, e é feita apenas a sedação para que o paciente fique dormindo e tranquilo durante a cirurgia”.

Segundo Daniel Kamlot, a recuperação não costuma passar de duas semanas, mas o paciente precisa tomar alguns cuidados. “Após isso, o paciente pode voltar à atividade normal, de acordo com o acompanhamento do médico. O cuidado no pós-operatório não depende só do médico e sim do entendimento do paciente, do uso dos colírios antibióticos e antiinflamatórios corretamente. Fazendo tudo certo, a recuperação costuma ser boa. E com ótimo prognóstico, boa visão”, completa.

Por enquanto não existe nenhum tratamento clínico, nenhum colírio ou procedimento ambulatorial que consiga diminuir a catarata. Então o principal seria a cirurgia de catarata, que cada vez está mais confiável e segura. Antigamente, a abertura que se fazia na córnea para implantar a lente era muito maior. A técnica e aparelhagens também não tinham a mesma qualidade de hoje. Então hoje em dia, a técnica e as lentes podem fazer com que o paciente fique mais independente dos óculos.”

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