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Em condomínios, pedidos de socorro por violência doméstica registram alta

13 de Maio de 2022

Botão de denúncia da Graiche teve aumento de 56% nos acessos, em 9 meses; por hora, média no Estado é de 16 casos

Buscando meios de frear o alarmante cenário de violência doméstica, com crescentes casos a cada dia, o Grupo Graiche - empresa que administra mais de 850 condomínios – criou, em 2020, um botão de socorro disponibilizado em seu site e aplicativo, que direciona vítimas para uma rede de apoio, enfrentamento e proteção - o projeto SOS Justiceiras, idealizado pela promotora de justiça Gabriela Manssur. Em agosto do ano passado, a ferramenta registrava 5.000 acessos desde a sua implantação. Agora, nove meses depois, o número saltou 56%, chegando a 7.800 cliques.

“Segundo o SOS Justiceiras, são, em média, 20 chamados por mês que chegam até eles, com pedidos de socorro por meio do acionamento do botão em nossos canais de comunicação. De abril até agora, recebemos cliques nessa ferramenta todos os dias. É um cenário muito preocupante, mas que, através dessa iniciativa, tem auxiliado e oferecido amparo às mulheres”, fala a vice-presidente do Grupo Graiche, Luciana Graiche.

Ao acionar o botão, a pessoa é direcionada a um formulário de triagem para preenchimento de dados básicos. Feito isso e constatada a situação de vulnerabilidade, a equipe do SOS Justiceiras inicia o contato via WhatsApp para prestar auxílio nas áreas jurídica, psicológica, assistencial, médica e, ainda, oferecer acolhimento para apoiar as vítimas.

Dados mais recentes da Secretaria estadual de Segurança Pública mostram que, de janeiro a março, o estado de São Paulo contabilizou 35.721 casos de violência contra a mulher, média de 16 registros a cada hora. No período, 42 mulheres foram vítimas de feminicídio.

Em território paulista, lei em vigor desde novembro do ano passado determina que condomínios residenciais e comerciais acionem os órgãos de segurança pública sobre qualquer indício de violência doméstica e familiar.

Proposta semelhante, à nível nacional, tramita na Câmara dos Deputados, com o Projeto de Lei 1964/20.

Enfrentamento

A vice-presidente do Grupo Graiche ressalta que é preciso buscar maneiras de atuar, orientar e colocar luz sobre o problema, medidas que cabem aos cidadãos e às empresas. “O botão é uma iniciativa que se soma à outras ações, como o constante trabalho de conscientização e treinamento de funcionários para alerta de emergência e acolhimento das vítimas, e também a multiplicação de informações aos moradores, para que denunciem, com a garantia do anonimato, qualquer situação de violência, ajudando, assim, a salvar vidas”, salienta.

Na análise de Luciana, questões culturais e estruturais trouxeram tardiamente a sociedade para essa discussão. Por isso, avalia ser de extrema importância que todos tenham claro o seu papel no combate. “Não importa se a vítima pede ou não ajuda, o senso de conduta deve direcionar para a denúncia e ação imediata. O enfrentamento a qualquer tipo de violência deve ser pauta constante em reuniões de condomínios e treinamentos de colaboradores”, salienta.

Luciana lembra que a violência doméstica é um problema epidêmico e o condomínio, por envolver tantas pessoas, é palco prioritário para questões transformadoras. “É preciso assumir o compromisso de prestação de serviço real à comunidade. Temos que entender o papel de cada um de nós para construir pontes e canais nos quais as pessoas tenham clareza de que elas podem ser agentes da mudança para um mundo melhor. E para nós, do Grupo Graiche, é uma satisfação ver que nossa campanha de conscientização e botão de ajuda têm trazido resultados, dando apoio a muitas mulheres, mostrando a elas que não estão sozinhas e ajudando-as a sair dessa situação de violência”, conclui.

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