Não há evidência científica que a técnica possa tratar a infertilidade, mas por promover relaxamento, pode ser útil para aliviar alguns dos efeitos colaterais, como inchaço e náuseas, que são associados aos medicamentos para fertilidade
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Existem diversas causas para a infertilidade, portanto dificilmente um tratamento será certeiro para todos os casos. Mas, com relação à acupuntura, será que ela pode tratar a infertilidade? “Não há evidência científica que ligue a técnica ao tratamento de casos em que há alguma dificuldade para engravidar. No entanto, associada a outros tratamentos, ela pode ter seus benefícios indiretos e complementares”, comenta o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana.
A acupuntura é um tratamento médico alternativo que envolve a colocação de agulhas muito finas em diferentes pontos do corpo. As técnicas de inserção e o tipo, estilo e tamanho da agulha usada podem variar muito, pois diferentes estilos foram desenvolvidos à medida que a acupuntura se espalhava pela Ásia e pelo resto do mundo. Segundo o médico, o maior benefício da acupuntura é o de promover o relaxamento. “Dessa forma, ela ajuda a aliviar alguns dos efeitos colaterais associados aos medicamentos para fertilidade, dentre eles o inchaço e náuseas”, diz o médico. Embora defensores da acupuntura defendam a recomendação da técnica para uma variedade de condições médicas que afetam a fertilidade (síndrome dos ovários policísticos -SOP, miomas, endometriose e problemas com reserva ovariana e qualidade do esperma), os estudos médicos não mostraram consenso quanto aos seus benefícios.
O tratamento alternativo também pode ajudar, segundo o especialista, em casos específicos em que os pacientes se sentem estressados, cansados ou com ciclos menstruais irregulares. “É importante avaliar, no entanto, que o médico especialista deve ser sempre consultado para que o tratamento seja eficaz. A acupuntura pode ser feita conjuntamente com a estimulação ovariana, técnicas de reprodução assistida e mudanças no estilo de vida do paciente, tudo isso para ajudar a aumentar as chances de gravidez”, explica o médico. No caso de associação, a técnica chinesa pode ser feita um ou dois meses antes da fertilização in vitro, semanalmente, e continuar durante o tratamento médico. Cada sessão pode durar até uma hora. Por fim, o médico reforça: “Qualquer casal que busca ter um filho e não conseguiu após um ano de tentativa deve procurar primeiro um médico especialista para o diagnóstico correto. O tempo pode ser cruel com a fertilidade, dependendo da idade do paciente”, finaliza.
FONTE:
*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa