Especialista fala sobre como o leite da mãe pode ser fundamental na luta contra essa doença, que já acomete 33% das crianças brasileiras de cinco a nove anos
A obesidade infantil foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um dos problemas de saúde pública mais graves do século 21, além de ser considerada uma epidemia global. De acordo com o órgão, 33% das crianças brasileiras de cinco a nove anos estão com sobrepeso e, dessas, 15% já são obesas.
Bebês que são amamentados ao seio, exclusivamente, por seis meses, reduzem em até 25% as chances de obesidade. | Foto: Freepik |
Entretanto, uma coisa que nem todos sabem é que a amamentação é uma das principais formas de prevenção da obesidade infantil.
Segundo Cinthia Calsinski, enfermeira obstétrica e consultora internacional de lactação e amamentação da V-Lab — healthtech que oferece soluções de tecnologia com foco em saúde diagnóstica. “Bebês que são amamentados ao seio, exclusivamente, por seis meses, reduzem em até 25% as chances de obesidade. Outros estudos também apontam que, para cada mês de aleitamento, há 4% menos chances de sobrepeso ao longo da vida”, explica a profissional.
A obesidade infantil é uma doença causada por diversos fatores. Dentre eles, os mais frequentes são os fatores genéticos e comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar, escolar, social. Porém, é preciso lembrar que outros fatores importantes podem ocorrer ainda na gestação, que é o caso da nutrição inadequada da mãe, seu excesso de peso, e também nos primeiros meses da vida criança, quando o aleitamento materno é de curta duração, com a posterior introdução de alimentos de forma inadequada.
Crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças cardíacas. “Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados. Se esse período não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados”, finaliza a especialista.