Deficiência virou combustível para profissional ajudar outras pessoas a superarem desafios
Mãe, esposa, profissional, e pessoa com nanismo. A baixa estatura é apenas uma das características na vida da administradora Ariete Gemelgo Angotti. Aos 43 anos, a paulistana já aprendeu a driblar preconceitos. “Pra mim, meu tamanho não é documento”, resume.
Apesar de não se saber exatamente quantas pessoas têm nanismo no Brasil, estima-se que a deficiência atinja uma em cada 10 mil pessoas. Deficiência, aliás, só no nome - desde cedo, Ariete se desenvolveu e buscou sua independência. “Meus pais sempre me ensinaram muito bem, me direcionaram, diziam que eu tinha uma estatura diferenciada em relação às outras crianças, mas que eu teria sucesso pela frente, que eu teria uma vida normal”, conta a administradora.
A autonomia estimulada pelos pais fez grande diferença na vida de Ariete, que hoje trabalha é administradora. “Geralmente os pais tentam esconder os filhos com deficiência por conta da vergonha, do medo do outro, e eles sempre me colocaram no mundo, nunca me esconderam, e isso me faz ser a mulher que eu sou hoje”.
Os planos, agora, são ajudar outras pessoas, com e sem nanismo, a superar desafios e vencer barreiras. Para isso, Ariete tem se dedicado à elaboração de mentorias e de palestras, que podem acontecer de forma presencial ou virtual, alcançando ainda mais pessoas. Dessa forma, consegue transmitir os desafios que enfrentou e como venceu cada um deles.
“Querendo ou não, o preconceito, o apontamento do dia a dia, me ensinou a viver, a ter novas experiências, até a superar meus limites. Então, muitas vezes, levou até a busca do meu sucesso”, explica.
As diferenças dentro de casa ajudam ainda mais Ariete a pensar nas formas de ajudar outras pessoas. A administradora e o marido, Ederson Cardoso Angotti, são pais de uma menina que não tem nanismo. Aos sete anos, a filha tem a mesma estatura da mãe, 1,20 m. O segredo? “Sempre com respeito, aproveitando e compartilhando um pouco das nossas vidas, do dia a dia, com as curiosidades… A gente se adequa às situações”, conclui.