O Brasil há alguns anos tem se destacado como um dos países com o crescimento mais acentuado da obesidade em sua população. Em 14 anos, de 2006 a 2020, a obesidade no país cresceu 82,2%[7]. País que mais engordou na pandemia em todo mundo[8], o Brasil está entre os cinco países que respondem por ⅓ dos casos de obesidade em adultos no mundo[9] e 21,5% dos brasileiros têm obesidade atualmente1. Embora sempre em pauta, a pergunta que fica é? A obesidade tem sido abordada e enfrentada com a complexidade e abrangência que os dados apontam que ela demanda?
Existe uma profusão de informações sobre o tema. Narrativas que vão desde questões comportamentais e estéticas até questões de saúde, bem-estar, científicas, fake news, mitos, sustentabilidade dos sistemas de saúde, e o que sobra é muita desinformação para quem precisa lidar com o assunto: a sociedade.
Multifatorial e crônica, a obesidade é uma doença que está presente em todas as faixas etárias. Tem correlação com questões genéticas, econômicas e comportamentais. E por ser metabólica atinge o corpo humano de forma sistêmica, ocasionando as DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) e aumentando o risco para uma série de doenças, levando os indivíduos a uma considerável redução de sua qualidade de vida.
“Não se trata de falar de padrões e medidas. Estamos falando de saúde. Obesidade não tem a ver com formas e peso. Tem a ver com o metabolismo, com o funcionamento do corpo para que a pessoa viva com saúde. Temos que olhar questões como nutrição, colesterol, diabetes, a biomecânica das articulações”, introduz Maurício Azevedo, gerente médico da Johnson & Johnson Medtech. Azevedo é médico desde 2004, PHD em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e especializado em Nutrologia, também pela Santa Casa de SP.
Ganho médio de peso durante a pandemia foi de 6,5 kg
Considerada uma das condições mundiais de saúde mais prevalentes e preocupantes, a obesidade cresceu durante a pandemia de Covid-19. De acordo com a pesquisa Diet & Healt Under Covid 19 realizada pela Ipsos2 com respondentes de 30 nações em todo o mundo, os brasileiros foram os que mais engordaram. 52% declararam ter aumentado de peso desde o início da disseminação da Covid-19 no país. Na média global, 31% dos entrevistados engordaram durante o período. “Este estudo revelou que além de sermos o país que mais engordou no mundo, este número está bem acima da média mundial, o que é preocupante”, analisa o Dr. Maurício Azevedo.
Na pesquisa, os entrevistados do Brasil declararam terem engordado em média 6,5 kg.
Aumento de peso nas capitais
Segundo dados do Vigitel 20201 em todas as capitais brasileiras, a frequência de adultos obesos foi de 21,5%, dado semelhante entre as mulheres (22,6%) e os homens (20,3%). A obesidade aumentou entre homens com idade até os 64 anos e entre mulheres até os 54. O levantamento foi realizado nas capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, contando com a participação de adultos acima de 18 anos.
A frequência de adultos com excesso de peso variou entre 51,3%, em São Luís, e 62,7% em Cuiabá.
Entre homens, as maiores frequências no aumento de peso foram observadas, em Cuiabá (68,6%), Maceió (65,7%) e Porto Velho (64,6%); e, entre mulheres, no Rio de Janeiro e em São Paulo (60,1%), Recife (59%) e Fortaleza (58%). Já as menores frequências de excesso de peso, entre homens, ocorreram em Salvador (54%), São Luís (54,2%) e Curitiba (54,6%); e, entre mulheres, em Palmas (46,7%), Goiânia (47,7%) e São Luís (49%).
O IEPS[10] (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), divulgou em nota técnica a seguinte análise sobre os dados do Vigitel 2020: “As tendências de obesidade chamam atenção, especialmente porque, até 2011, nenhuma capital tinha uma prevalência de obesidade acima de 20%, enquanto em 2020 o Vigitel levantou 16 capitais acima dessa marca”. O estudo apontou ainda uma correlação socioeconômica para os dados. “Há uma associação entre nível de escolaridade e a prevalência de doenças, fatores e comportamentos de risco. O percentual de diabéticos e hipertensos entre os menos escolarizados (até 8 anos de estudo) é quase três vezes maior que o percentual do grupo mais escolarizado, com 12 anos de estudo ou mais.”
Mudança de hábitos e comportamentos
Na pesquisa da Ipsos, 29% dos brasileiros relataram uma diminuição na prática de exercícios físicos durante a pandemia, enquanto 23% disseram que estão se exercitando mais. Em relação a hábitos de consumo, 14% afirmaram estar bebendo mais, e 11% estão bebendo menos; 3% largaram o cigarro, 2% adquiriram o hábito de fumar.
Durante a pandemia, as academias foram fechadas e as atividades físicas, reduzidas. Muitas pessoas passaram a trabalhar em casa e não se movimentavam tanto quanto antes. Combinado a tudo isso, a dieta mudou: come-se mais e de forma menos saudável.
“O excesso de peso e a obesidade vêm aumentando no mundo não só por causas individuais. As causas populacionais da obesidade vêm mudando e estão acelerando seu crescimento de forma considerável. Como apontou o estudo coordenado pelo Dr. Leandro Fornéas Machado de Rezende da UNIFESP, as causas populacionais que ocorreram a partir dos anos 70 e 80, leia-se a combinação de mudanças no processamento dos alimentos, no marketing, nas leis agrícolas, entre outros pontos estruturais, influenciaram muito a forma como as pessoas se alimentam hoje e isso está impactando consideravelmente o quadro que temos da obesidade hoje no Brasil”, explica o Dr. Maurício Azevedo.
Movimento “Obesidade, Precisamos Conversar”
O movimento “Obesidade, Precisamos Conversar” é uma iniciativa da Johnson & Johnson Medtech que propõe a abertura do diálogo sobre a obesidade. Busca romper os preconceitos e a discriminação com informação de qualidade, fatos e dados, além de conscientizar a população sobre a complexidade da obesidade, as formas de tratamento e seus benefícios para a saúde.
O movimento busca conexão com o público-alvo, mas também o engajamento da sociedade. Traz para o debate a jornada real (visível e invisível) das pessoas com obesidade e sobrepeso. Aborda os desafios vivenciados, muitas vezes, de forma solitária, tratando os temas de maneira leve e empática.
Esse movimento também visa o empoderamento, por meio do conceito "Decido por mim", porque todo mundo tem o direito a informações de qualidade, que capacitam à tomada das melhores decisões para a saúde e o bem-estar.
“Nós, como médicos, temos essa missão de fazer chegar às pessoas essas mensagens. Temos que esclarecer as dúvidas, transmitir conteúdo de qualidade, oferecer atualizações, informar as famílias desde cedo”, finaliza o Dr. Maurício Azevedo.
Sobre a Johnson & Johnson MedTech
Na Johnson & Johnson MedTech, ajudamos as pessoas a viver da melhor maneira possível. Com mais de um século de experiência, solucionamos os desafios mais urgentes do setor de saúde e damos passos ousados em direção a novos padrões de cuidados, melhorando a experiência de assistência médica das pessoas. Com soluções de cirurgia, ortopedia, visão e intervenção, ajudamos a salvar vidas e preparamos o caminho para um futuro mais saudável para todos, em todos os lugares.