Programa de Ensino Integral prevê mais de 1,4 milhões de vagas no próximo ano; proposta trabalha práticas variadas, como Tutoria, Nivelamento, Protagonismo Juvenil, além de componentes curriculares específicos
O Governador de São Paulo João Doria e o Secretário Estadual da Educação Rossieli Soares anunciaram nesta terça-feira (22) o novo plano de expansão do Programa de Ensino Integral (PEI) para 950 novas escolas, sendo 100 ainda em 2022 e 850 em 2023. Desde 2021, o PEI saltou de 1077 escolas, em 308 cidades, para 2050, espalhadas por 464 municípios. Com a expansão serão 3.000 unidades somando 1,4 milhões de vagas.
“A prioridade do Governo do Estado de São Paulo, ao lado da Saúde, foi a Educação, que é o futuro do Brasil. Se nós conseguimos sair de 364 escolas para 2.050 escolas de tempo integral em menos de três anos, é possível fazer quando se quer fazer”, disse João Doria.
A proposta de expansão foi iniciada neste ano letivo, com a inserção de 973 novas escolas no programa, que atua na melhoria da aprendizagem por meio de um modelo pedagógico e de gestão inovador. Presente na rede estadual desde 2012, o programa promove práticas variadas, como Tutoria, Nivelamento, Protagonismo Juvenil com Clubes Juvenis e Líderes de Turma, e componentes curriculares específicos, como Orientação de Estudos e Práticas Experimentais, que potencializam a formação integral do estudante a partir do Projeto de Vida individual. Além disso, permite o planejamento, desenvolvimento e acompanhamento das ações pedagógicas, de maneira estruturada.
A ampliação foi celebrada pelo Secretário da Educação do Estado. “Em 2021, por exemplo, foram 448 mil estudantes atendidos. Recentemente, celebramos 973 novas escolas aderidas ao PEI, que oferece uma educação de sucesso. Por isso, temos lutado por essa ampliação nos últimos meses. O modelo nos permite oferecer um processo de formação humana mais completo para os nossos estudantes, além de todas as refeições, que ajudam muitas famílias. Aumentar o número de escolas é importante, mas manter o nível de excelência é um objetivo constante”, resumiu Rossieli.
Atualmente, são 264 escolas (18,5%) de Anos Iniciais (1° ao 5°ano), 1.587 (42,6%) de Anos Finais (6° ao 9°ano) e 1.576 (43,1%) de ensino médio. O programa é ofertado em dois formatos: 7h e 9h. No primeiro, as escolas oferecem dois turnos – das 7h às 14h e das 14h15 às 21h15. No segundo, as aulas ocorrem entre 7h e 16h.
Rossieli revelou que o novo avanço do PEI deve começar ainda neste segundo semestre. “Nosso objetivo é que possamos confirmar mais 100 novas escolas em breve, passando para 2.150 no total. E para 2023, a previsão é que as 3 mil escolas do PEI atendam 494 municípios ou 76,5% dos municípios do Estado”, conta.
O processo de adesão para 2023 permanece aberto. Esta etapa contempla apresentação do programa, diálogos com a comunidade escolar e manifestação de interesse à Diretoria de Ensino. O ingresso da escola no PEI será definido a partir da priorização das unidades maiores e mais vulneráveis.
“É um sonho meu sendo realizado pelos meus alunos”
Uma das novas escolas que passaram a integrar o PEI foi a EE Major José Marcelino da Fonseca, no Parque Mandaqui, Zona Norte da Capital. A unidade é comandada pela diretora Mônica Maschietto, que atua na rede estadual desde 1988 e na escola desde 1997 na escola. A “Major” conta com 438 estudantes, em 14 turmas do 2º ao 5º ano ensino fundamental.
“Assim que recebemos a confirmação que seríamos PEI de 9 horas, tivemos uma adesão muito grande de pais e responsáveis. Mais de 90% da comunidade confirmou interesse pelo programa, que promove o contato dos alunos com outras disciplinas, como Inglês, Tecnologia, Cultura do Movimento, Linguagens Artísticas, Projeto de Vida e Orientação de Estudos. É um sonho meu sendo realizado pelos meus alunos. Todos terão oportunidade de ter acesso a uma segunda língua, o que eu não tive, e tantas outras disciplinas legais”, conta Mônica, emocionada.
A diretora explica que a escola e toda a equipe passaram por uma preparação intensa, principalmente na organização dos espaços, como o refeitório e a Sala de Tecnologia. “Estamos felizes e motivados. Vamos trabalhar com salas ambientes por ano. Ou seja, espaços específicos de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, por exemplo, para que os alunos possam se locomover dentro da escola”, diz.
A mãe Aline Garcia, tem dois filhos matriculados na “Major” – Vinicius, 10, e Ana Clara, 8. Integrante do Conselho Escolar, ela se diz “ativa nas discussões da escola e sempre pronta a ajudar no que for possível”. Aline crê que o ensino integral será fundamental para a recuperação da aprendizagem, prejudicada pela pandemia e o fechamento das salas de aula. “As expectativas são as melhores. É muito motivador compreender que os nossos filhos terão novas experiências para se desenvolverem de forma integral”, analisa.
Aline enumera algumas disciplinas e revela que espera por muitas mudanças, inclusive dentro de casa. “Eles terão mais tempo de convivência com os amigos para aprender sobre Educação Financeira, questão emocional, teatro. São aprendizados e lições que, certamente, vão auxiliá-los na formação comum. E tudo isso vai mudar a vivência da família. Teremos mais assuntos para conversar e dividir aprendizado. Será positivo para todo mundo” acredita.
Mais informações sobre o PEI estão disponíveis no portal: https://www.educacao.sp.gov.