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Marido e mulher suspeitos de estelionato e lavagem de dinheiro são presos em Ribeirão Preto-SP

17 de Março de 2022

Advogado e a mulher dele, influenciadora digital e CEO de agência facilitadora de crédito, foram alvos nesta quinta-feira (17/03).

A empresária Ana Paula Ferreira, conhecida como influenciadora digital Ana Pink, e o companheiro dela, o advogado Maick Gomes, foram presos preventivamente nesta quinta-feira (17/03) em uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro. 

Casal foi detido nesta quinta-feira (17/3) | Foto: Divulgação

A influenciadora digital e CEO da Wowe, empresa digital que facilita acesso a crédito, Ana Paula Ferreira, conhecida como Ana Pink, e o marido dela, o advogado Maick Gomes, foram detidos em casa, em condomínio de luxo em Bonfim Paulista.

Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em salas da Wowe em um edifício que fica na Avenida Independência, no Jardim Califórnia, zona Sul da cidade.

A prisão ocorreu em um condomínio de luxo na zona Sul da cidade. Durante a operação foram feitas buscas em um prédio comercial localizado na avenida Independência. 

Segundo nota de divulgação do evento encaminhada à época, a live, realizada em Ribeirão, apresentaria negócios do Ana Pink Group, detentora de uma empresa de crédito e de um luxuoso salão de cabelereiro. No último dia 7 de março, a empresária promoveu uma live com famosos com custo de mais R$ 1 milhão. 

Documentos relativos à empresa, extratos bancários e outros materiais estão sendo levados à delegacia.

O casal foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ). Segundo o advogado deles, José Augusto Aparecido Ferraz, a defesa ainda está se inteirando das acusações.

"A defesa está se inteirando aos autos do que está vindo de investigação contra os acusados, e eles se declaram totalmente inocentes. Eles estão à disposição da Justiça para esclarecer quaisquer questões apontadas pela investigação", afirma.

Nota do Ministério Público

Nesta quinta-feira (17), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou a Operação Atratus, ao final de uma investigação contra organização criminosa especializada em forjar empréstimos consignados não autorizados por aposentados e pensionistas no INSS, com prejuízo estimado em mais de R$ 110 milhões em contratos fraudulentos.

Identificou-se uma organização criminosa, estabelecida em Ribeirão Preto/SP, que estruturou uma rede de calls centers (antigos pastinhas) e correspondentes bancários para montar propostas de crédito consignado (crédito com consignação em folha de pagamento), porém sem o conhecimento ou induzindo a erro pensionistas e aposentados do INSS.

A contrapartida dessa intermediação fraudulenta era o recebimento milionário de comissões, pagas pelas instituições financeiras credoras (bancos), que podem chegar em 6% do valor do empréstimo.
Não há provas, por ora, de que os bancos tinham conhecimento dessas práticas ou que compactuavam com essas fraudes.

Uma das providências para o esquema foi levantar a identificação de pensionistas e aposentados e seus registros pessoais, contendo informações sigilosas, necessárias para formalização da proposta do empréstimo. Tudo indica que esses dados foram obtidos por vias ilegítimas, seja por vazamento interno dos arquivos oficiais do INSS ou por invasão remota de sistemas (ciberpirataria).

Para dimensionar o esquema criminoso, as investigações conseguiram detectar que, em menos de um ano (agosto de 2020 a março de 2021), a organização investigada conseguiu obter registros oficiais do INSS dados sensíveis de mais de 360 mil beneficiários, que possivelmente foram utilizados para forjar as propostas de empréstimos consignados.

Com a obtenção de dados confidenciais de assegurados, o grupo adotou diversos métodos fraudulentos, como falsificação de assinaturas, multiplicidade de empréstimos numa única vítima, falsa identidade de agentes bancários em teleatendimentos, edição de áudios e registros de reclamações de devedores lesados e até adulteração de fotos de clientes para montar propostas.

Esse grupo de Ribeirão Preto/SP, analisando suas movimentações bancárias, recebeu, em apenas um ano, mais de R$ 13 milhões em comissões, como contrapartida da montagem das propostas de empréstimo.

No total, foram expedidos 10 mandados de busca e 2 prisões preventivas, cumpridos em Ribeirão Preto/SP, Pindamonhangaba/SP, Curitiba/PR e Florianópolis/SC.

A pedido do GAECO, o juízo da 2ª Vara Criminal de Ribeirão Preto/SP determinou o bloqueio de R$ 114 milhões dos investigados e empresas usadas nos esquemas, o sequestro de quatro imóveis, cinco veículos importados e de aplicações financeiras.

Na posse de um dos investigados foram apreendidos mais de R$ 651 mil em dinheiro vivo.

Também foi determinada a suspensão das atividades das empresas e dos contratos ativos de empréstimos.

A força-tarefa, coordenada pelo GAECO do MPSP, contou com o apoio da Polícia Militar de São Paulo e dos GAECOs de Santa Catarina e do Paraná.

A operação foi inaugurada já com denúncia oferecida pelo Ministério Público contra nove investigados, que passarão a responder pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro

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