O aumento do trigo utilizado em pães e macarrões está vinculado à guerra entre Ucrânia e Rússia.
Além da gasolina e do gás de cozinha, que tiveram um grande reajuste na semana passada, agora, será a vez dos produtos à base de trigo. Queridinho do brasileiro, o pãozinho francês já teve um aumento na última semana, mas de acordo com a Abimapi (Associação das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados), os preços continuarão subindo nos próximos dias. As informações são do GCN.
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| Dirceu Garcia/GCN |
Em Franca o aumento já vem desde a semana passada, em uma semana, o quilo do pão francês aumentou R$ 1 neste período. A média dos preços nas padarias francanas é de R$ 15,99, mas quem pesquisar mais pode encontrar o preço até R$ 12,99 em alguns supermercados. O preço máximo encontrado foi de R$ 19,99.
De acordo com a Associação, o aumento do trigo utilizado em pães e macarrões está vinculado à guerra entre Ucrânia e Rússia. Os embarques dos dois países, que representam 30% da exportação mundial de trigo, estão suspensos.
“A disparada da cotação do trigo começa a ser sentida pelos fabricantes nas negociações com os fornecedores, porém, existe a entrega de farinha compromissada em contratos antigos. O que se pode afirmar é que haverá reajustes de preços nas próximas semanas, mas, com o horizonte indefinido, já que a cada notícia da guerra, o preço do trigo no mercado internacional oscila para cima ou para baixo com valores expressivos”, disse a Abimap, em nota à imprensa.
Ainda segundo a entidade, o Brasil precisa importar o trigo de países das Américas, já que produz menos da metade do que consome. “A elevação do preço do grão impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes das categorias representadas pela Abimapi. Nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.”
Argentina, Canadá e Estados Unidos são os principais fornecedores brasileiros. O país vizinho foi o maior fornecedor do Brasil no ano passado, com 87% do volume de importação, que representou 5,434 milhões de toneladas de trigo.
Neste ano, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os brasileiros devem consumir 12,7 milhões de toneladas. A produção nacional deve atingir 7,8 milhões de toneladas e as importações 6,5 milhões de toneladas.