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Varejo filantrópico: redes varejistas investem em programas de doação no checkout de compras

17 de Fevereiro de 2022

Doar centavos para ONGs quando se está finalizando uma compra no caixa. Foi com essa ideia que o economista Ari Weinfeld decidiu ser empreendedor social há 11 anos e trazer para o Brasil o modelo de microdoação, pelo arredondamento de centavos no checkout de uma compra, que já é bastante difundido nos EUA e em países europeus. O projeto chamado Movimento Arredondar, logo ganhou grandes redes adeptas ao programa, tais como:  Burger King Brasil, Petz, GOL Linhas Aéreas, Pão de Açúcar, Minuto, Extraplus Supermercados, Popeyes, NK Store, Corello, Shoulder, Track & Fields, Tricard, Havaianas e Spoletto.

“O objetivo do projeto, acima de tudo, é o de ampliar a cultura de doação dos brasileiros. Por isso, nossa organização encontrou nas parcerias com varejistas um canal para falar com um grande público com o intuito de mobilizar recursos para projetos de impacto social e ambiental. As microdoações, que não ultrapassam 1 real, são destinadas a organizações de todo o Brasil que contemplam causas como educação, combate à fome e desnutrição, empoderamento de mulheres, saúde, meio ambiente e outras”, explica Ari Weinfeld, fundador do programa. Só o Movimento Arredondar, já implementou o programa em 1,5 mil estabelecimentos varejistas, obtendo mais de 40 milhões de atos de doações e mais de 8 milhões de reais arrecadados.

Para o designer de consumo Maurício Queiroz, especialista em comportamento e estratégias do varejo nacional e internacional, empresas aderirem a causas filantrópicas como essa não são apenas atos de boa ação, mas podem trazer benefícios para a própria imagem da empresa junto ao mercado. “o consumidor hoje não compra simplesmente uma boa marca ou um bom produto. E a questão da marca não está atrelada apenas à segurança ou qualidade, as pessoas não gostam só do que a marca produz, mas o que é a marca. Por isso, que empresas conscientes as chamadas ESG (Environmental, Social and Governance) –, que têm governança e sustentabilidade estão muito fortes e tentam ser, cada vez mais, transparentes”.

Para Queiroz, primeiramente, os varejistas devem entender qual é o branding e valores legítimos da sua empresa e quais tipos de ações teriam sinergia e caberiam. “Uma marca que tenha forte a questão da inclusão, talvez se posicione em favor da igualdade entre as pessoas e faça muito mais sentido. Vejo que um dos principais pontos para começar uma estratégia como essa é entender os valores da empresa e buscar ações que tenham feat com os mesmos”, completa.

Dentre os exemplos mencionados pelo especialista, destaque para a Patagônia, varejista americana de roupas para atividades ao ar livre, que tem diversas ações voltadas a Responsabilidade Socioambiental, que possui total sinergia com o público-alvo da marca.

Outro exemplo é a Nestlé que lançou o primeiro produto social do mundo em parceria com a ONG Gerando Falcões – barras de nuts e frutas – com 100% do lucro gerado pelas vendas revertido para apoiar o projeto Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida), que busca reestruturar as favelas para promover uma transformação completa, focada na melhoria da qualidade de vida de seus moradores.

Com o crescimento de iniciativas como essas e uma maior conscientização de como o varejo pode ajudar a filantropia no País, Ari Weinfeld conclui que objetivo de seu trabalho é o de fazer 15% da população doar, reconhecendo a importância de contribuir para apoiar o trabalho das ONGs.

Movimento Arredondar
www.arredondar.org.br

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