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Polícia Civil reconstitui mortes de irmãos baleados em Sertãozinho-SP, empresário é suspeito

15 de Fevereiro de 2022

José Elias e Marco Antônio Siena morreram no fim de janeiro, no sítio deles em Cruz das Posses, após desentendimento em festa familiar

A Polícia Civil reconstitui nesta terça-feira (15/1) a morte dos irmãos José Elias Siena e Marco Antônio Siena, baleados no fim de janeiro deste ano, em um sítio em Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho-SP. De acordo com a polícia, o principal suspeito do crime é o empresário Gerson Donizetti Petri, de 38 anos. 

José Elias e Marco Antônio Siena foram baleados após desentendimento em Sertãozinho | Foto: Arquivo Pessoal

Ele se apresentou à polícia três dias após o crime e, de acordo com o delegado Targino Osório, responsável pelo caso, confessou ter atirado nos irmãos, de 44 e 54 anos. O empresário alegou que agiu em legítima defesa, foi ouvido e liberado.

O caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) como homicídio qualificado por motivo fútil.

Nesta terça-feira, a reconstituição deve reproduzir os depoimentos de Petri e do vigia do sítio, que testemunhou o crime.

Polícia Civil reconstitui mortes de irmãos baleados em Sertãozinho-SP | Foto: Divulgação

Até o momento, a investigação apurou que os irmãos e o empresário, que eram amigos, se desentenderam por causa da compra de um rancho.

Versão do vigia

O crime aconteceu na noite de 29 de janeiro. José Elias e Marco Antônio passaram o dia em uma confraternização no sítio deles, sendo que um dos convidados era Petri, amigo dos irmãos.

Segundo relato do vigia do sítio à polícia, à noite, depois que os outros convidados já tinham ido embora, os irmãos e o empresário começaram a discutir, mas ele não soube informar o motivo. Durante o desentendimento, o funcionário tentou intervir e pediu para que Petri deixasse o sítio.

Ainda de acordo com o vigia, ele e os dois irmãos acompanharam Petri até a caminhonete dele, mas no caminho começou uma luta corporal entre eles.

“Na sequência [de acordo com o vigia], o autor entra no seu veículo, pega uma arma de fogo e efetua os disparos nas vítimas, que vieram a óbito ali já no local. O vigia foi alvejado, porém não foi atingido”, disse o delegado.

Polícia Civil reconstitui mortes de irmãos baleados em Sertãozinho-SP | Foto: Divulgação

Versão do empresário

Após os disparos, o empresário fugiu de caminhonete, mas se apresentou à polícia no dia 1º de fevereiro para prestar depoimento.

Segundo o delegado, Petri disse em depoimento que é parceiro de pesca do pai de Elias e Marco. Há um ano, ele comprou um rancho próximo ao do amigo. No dia da festa, o empresário revelou a negociação aos irmãos e disse que não tinha contado antes porque ficou com receio de o pai deles entender que ele não queira mais a amizade na pescaria.

"Nesse dia [sábado] ele resolveu falar 'olha, queria falar para o seu pai que comprei um rancho e queria que vocês dessem um jeito de ele não interpretar como se eu estou fugindo dele, de pescar com ele'", disse o delegado sobre o depoimento de Petri.

O empresário Gerson Donizetti Petri, de 38 anos, é apontado como principal suspeito de matar irmãos | Foto: Arquivo pessoal 

Ainda segundo Osório, o empresário relatou que os irmãos ficaram bravos, dizendo que ele 'não deveria ter feito aquilo' e começaram a agredi-lo. Petri então teria levantado da mesa e ido para o carro. Ele foi seguido pelos irmãos e teria levado um soco no peito, desferido por José Elias.

Petri também contou ao delegado que quando conseguiu entrar no carro, viu que o vigilante do sítio se aproximava e teria ouvido Marco Antônio gritar 'atira', seguido de um disparo.

O empresário afirmou ao delegado que também atirou, pois estava com uma arma dentro do carro, uma vez que pratica tiros e tinha ido ao estande um dia antes.

"Ele viu que o vigilante se aproximou e fala que ouviu um tiro e o Marco gritando 'atira'. Como estava a arma dentro do carro, puxou a arma e atirou. O Marco estava do lado, na porta do motorista. Aí o Zé Elias estava no capô, ele atirou pelo para-brisa e atingiu o Zé Elias. Aí ele estourou [com o carro] o portão e saiu. Uma discussão banal", completou Osório.

Em depoimento, o vigia do sítio deu outra versão à polícia, dizendo que só foi pegar a arma em um dos quartos da casa, porque ouviu disparos.

As duas versões estão sendo investigadas.

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