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Atleta pode fazer uso de cannabis?

11 de Fevereiro de 2022

Desde 2018 retirado da lista de substâncias proibidas da WADA, o CBD tem sido cada vez mais usado entre os atletas profissionais

Plantação de Cannabis | Foto: Divulgação

Dia 10 de fevereiro foi a data escolhida pelo Brasil para comemorar o Dia do Atleta Profissional. A ideia da data é homenagear a todos aqueles que lutam constantemente para superar os limites do próprio corpo fazendo do esporte a sua profissão. E para chegar ao alto rendimento, obter bons resultados e construir uma carreira sólida, a profissão traz algumas peculiaridades diferentes das demais. Além dos treinos, disciplina, cuidados e restrições, também faz parte da rotina, prestar contas as autoridades desportivas de que não faz uso de nenhuma substância ilícita para exercer suas atividades.

O órgão máximo responsável por fazer este controle antidoping, que tem a função de detectar essas substâncias é a WADA – World Anti-Doping Agency (Agência Mundial Antidoping). O cannabidiol (CBD), um dos compostos presentes na cannabis sativa, era uma das substâncias proibidas pela agência, mas desde janeiro de 2018 foi retirado da lista tendo o seu uso liberado.

De 2018 até aqui o uso de CBD entre os atletas tem crescido e se popularizado cada vez mais, não só pelos benefícios que oferece a parte psicológica, mas também pelos seus efeitos terapêutico, analgésico, auxiliando nas dores musculares. O médico do esporte Adriano Lotfi é um dos profissionais de saúde que passaram a adotar o uso de CBD entre seus pacientes e reforças os seus benefícios.

Eu utilizo estes produtos desde 2021, que foi quando eu busquei me aprofundar mais sobre o assunto e tenho percebido que vem crescendo bastante a procuro de esportistas por esse tipo de tratamento. Eu acompanho muitos atletas de fisiculturismo e no caso deles que tem uma dieta restrita há um aumento da irritabilidade, do stress e ansiedade e o CBD acaba ajudando. Além disso, é muito útil em outros aspectos por ser anti-inflamatório, protetor neuronal, para esportes de contato como as lutas, melhora a qualidade do sono e todas essas propriedades ajudam em uma melhor performance e recuperação celular como um todo”, avalia Lotfi.

Darllon Cabral Agostinho (34) é atleta bodybuilder open, personal trainer e coach e faz o uso do Vitality CBD Active FOCUS, que o ajuda durante os treinos e do Vitality CBD Active RELAX, antes de dormir, o que garante a ele um sono de mais qualidade. Treinando desde os 17 e competindo desde os 27 anos, numa rotina que envolve entre 2 e 3 horas, dependendo se estiver se preparando para uma competição, de 4 a 5 vezes na semana, o atleta afirma que sentiu uma grande diferença de qualidade de vida desde que começou a usar os produtos e por isso faz questão de aconselhar as pessoas do seu meio sobre os benefícios.

“Minha concentração melhorou, meu humor também, mas principalmente meu estresse, vivo muito melhor. Eu aconselho a maior parte das pessoas que tenho contato, que têm problemas constantes com estresse e problemas para dormir, pois é um modo natural, eficaz e seguro de melhorar a qualidade de vida. Tenho certeza de que no meu esporte principalmente o CBD será um grande aliado, seremos o maior público a consumir, já que somos considerados praticantes do esporte mais difícil do mundo, por ser uma modalidade onde você se dedica integralmente, 24 horas por dia, entre treinos, alimentação e descanso”, opina o fisiculturista. 

A cannabis invade o esporte

Os Jogos Olímpicos do Japão de 2021, foi a primeira edição olímpica realizada após a liberação do CBD e contou com alguns atletas que fazem uso da substância por variados motivos. Daniel Chaves da maratona, por exemplo, após ter sido diagnosticado com síndrome bipolar depressiva encontrou na substância o tratamento mais eficaz garantindo o bem-estar mental que por consequência influencia no seu desempenho físico. No caso das jogadoras americanas de futebol Megan Rapinoe e Carli Lloyd contam com o CBD principalmente para lidar com as dores e recuperação física, sendo que Carli inclusive fez uso de medicamento canábico também para controlar uma inflamação, após ter passado por uma cirurgia no joelho.

Além dos atletas terem sido autorizados a fazer o uso da substância, outra mudança no cenário esportivo também foi em relação as marcas patrocinadoras, pois muitas empresas relacionadas ao mercado canábico tem aproveitado a oportunidade para realizar parcerias com os profissionais do esporte e ampliar a visibilidade dentro deste nicho. Os próprios atletas que antes buscavam não vincular suas imagens a determinados produtos que pudessem ser considerados “polêmicos”, atualmente não só acreditam nos benefícios destes produtos, como também investem neste segmento.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que teve a sua abertura no último dia 4 de fevereiro, o óleo de cannabidiol também tem marcado presença. Além de ser o segundo grande evento esportivo realizado após a retirada do CBD da lista de substâncias proibidas, permitindo que os atletas que participarem dessa edição também façam o uso, a planta aparece em outro formato, o de “cânhamo”. Nas pistas de skeleton e bobsled foram utilizadas fibras de cânhamo, no lugar das fibras plásticas, como reforço do concreto.

Entusiasta do tema, Bruno Magliari, um dos fundadores da Seeding Brasil, uma master service do mercado de cannabis, que nasceu em 2021 justamente com objetivo de desenvolver este mercado no país.

O mercado canábico tem muito potencial para ser explorado e eu acredito que a liberação do uso de CBD para atletas foi um passo muito importante não só para ampliar este mercado, mas principalmente para desmistificar certos tabus que ainda existem, já que a comunidade esportiva carrega alguns valores como: saúde, disciplina, integridade e acabam servindo de exemplo para outras pessoas. Com isso todos tendem a ganhar, o público em geral que passa a ter mais informação, a ter acesso aos produtos canábicos e se beneficiar deles, os profissionais da saúde que também encontra novas possibilidades para tratar seus pacientes e o mercado de forma geral, com a possibilidade de novos negócios”, avalia Bruno

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