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Mais de 70% das famílias brasileiras começaram o ano endividadas; veja dicas para economizar em 2022

3 de Fevereiro de 2022

Nível de endividamento médio é o maior em 11 anos, apontam dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

De acordo com uma pesquisa divulgada na terça-feira (18) pelo Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ano de 2021 encerrou com o endividamento médio das famílias brasileiras batendo recordes: 70,9% iniciaram o ano com dívidas. Isso significa que 7 em cada 10 famílias brasileiras contraíram algum tipo de dívida com o sistema financeiro, e o número de endividados teve seu maior patamar no mês de dezembro, em que 76,3% das famílias possuíam alguma dívida.

O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de endividamento, como aponta o levantamento: na média anual, alcançou 82,6%. Outros fatores também citados pelas famílias são os carnês de lojas (18,1%), financiamento de carro (11,6%), financiamento de casa (9,1%) e o crédito pessoal (9%).

André Barretto, fundador e CEO da plataforma de orientação financeira n2 app, explica que o aumento da inflação contribuiu para que o endividamento crescesse principalmente entre as famílias de baixa renda: “Em meio ao cenário econômico brasileiro, a alta dos juros e o aumento da inflação fizeram com que tenha ficado cada vez mais difícil quitar as dívidas e poupar dinheiro, especialmente para as classes mais baixas. A classe C vem reduzindo o consumo nos últimos anos, por exemplo, pois os gastos com moradia, alimentação e outras despesas básicas têm aumentado”.

Com os números recordes de famílias endividadas, surge o questionamento: o que fazer para sair da estatística? Confira algumas dicas para melhorar o planejamento financeiro em 2022:

  • Conheça as suas dívidas

Seja uma fatura do cartão de crédito atrasada ou uma dívida maior, é importante saber exatamente quanto se está devendo. Segundo Barretto, o primeiro passo para sair do endividamento é reunir todas as contas em atraso e organizá-las.

“Você pode usar um caderno ou uma planilha no Excel, tanto faz. O importante é listar todas as dívidas e identificar o que é prioridade e precisa ser quitado o mais rápido possível. Quando colocamos essas informações à vista, tomamos maior conhecimento do quanto precisamos cortar e poupar.”

  • Encontre formas de renegociar

“Nem todo mundo sabe disso, mas há diversas formas de renegociar dívidas e reduzir o valor dos juros que vão crescendo mês a mês”, ressalta Barretto. Um exemplo disso são os programas de renegociação de dívida ativa municipal que muitas prefeituras organizam para que os cidadãos quitem impostos e taxas em atraso.

Barretto destaca ainda que existem plataformas online para renegociar dívidas, e que manter contato com o credor é uma forma de identificar essas oportunidades.

  • Comece um planejamento financeiro

Nunca é cedo demais para começar a se planejar e a usar o dinheiro com mais consciência. “Um planejamento financeiro será um grande aliado para sair do endividamento, e ainda pode ajudar a economizar mais do que se imaginava”, diz Barretto.

O planejamento pode ser feito de diversas formas, seja por planilhas, aplicativo de celular ou um caderno de anotações: “O importante é que seja prático, funcional e realista, que tenha como ser seguido dentro da realidade da pessoa. É um planejamento bastante pessoal e individual.”

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