Procedimento cirúrgico passa a ser realizado na unidade hospitalar, que oferece, inicialmente, transplantes intervivos. Até o próximo ano, rins de doadores vivos ou falecidos também poderão ser transplantados no hospital - referenciado por sua estrutura de excelência e equipes de alta performance
Após passar por critérios de credenciamento oficiais do Ministério da Saúde e ter aprovação para realizar transplantes renais intervivos, o Hospital Unimed Ribeirão Preto precisou aguardar quase dois anos para iniciar o procedimento cirúrgico, por conta da pandemia do novo Coronavírus. No final de outubro deste ano, com recente cenário de contenção da crise sanitária, a unidade hospitalar pôde realizar o seu primeiro transplante em uma paciente de 30 anos, que recebeu o órgão doado pelo marido.
Unimed. | Foto: Divulgação |
A cirurgia realizada pela equipe coordenada pelo médico urologista Gilberto Saber foi um sucesso e traz esperança para conveniados da cooperativa médica que aguardam por um transplante de rim na região de Ribeirão Preto. Um segundo transplante renal foi realizado no dia 13 de novembro com o mesmo sucesso. Os pacientes já deixaram o Hospital.
A médica nefrologista Luciana Tanajura Santamaria Saber, que faz parte da equipe, diz que este é um avanço para a medicina local. “Acho fantástico podermos oferecer este tipo de cirurgia na nossa região, dentro de um hospital com a estrutura e qualidade que a Unimed Ribeirão Preto possui. É um ganho muito importante para os nossos conveniados”, avalia.
A especialista, que também atua em outras equipes na cidade - já com amplo histórico no que se refere a acompanhamento de pessoas transplantadas, diz que a experiência e o alto desempenho dos médicos do Hospital Unimed Ribeirão Preto contaram para a liberação do credenciamento do Governo Federal para transplantes, além da estrutura hospitalar oferecida, as excelentes condições de UTI e de laboratórios, entre outros pré-requisitos. Luciana destaca que “quando é casa nova, é sempre um desafio novo. Foi muito gratificante acompanharmos o primeiro transplante em uma estrutura de excelência como a que possuímos. É realmente um marco. Um passo adiante na nossa trajetória”.
Os cirurgiões que realizaram este transplante foram os urologistas: Gilberto Saber (coordenador), João Sérgio de Carvalho Filho, Luiz Cesar Zaccaro da Silva, Ricardo Luiz Martins e Raphael Henrique Ferreira Santos, com acompanhamento dos nefrologistas Luciana Tanajura Santamaria Saber, Osvaldo Mereger, Sérgio Ricardo de Antonio, Alan Laurindo e Viviane Figueiredo e das equipes das Unidades de Terapia Intensiva coordenadas pelos médicos Gil Cesar Alkmin Teixeira e Pedro Vellosa Schwartzmann.
Efeitos da pandemia
Um levantamento divulgado em março deste ano pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revelou os efeitos negativos que a pandemia teve tanto para pacientes já transplantados como para aqueles que se encontram na lista de espera. Muitos pacientes tiveram que esperar os picos da crise para poder se submeter ao transplante.
Os dados apurados pela entidade apontam queda considerável de transplantes renais, cerca de 24,5% (17,2% nos transplantes com doador falecido e 59,6% nos com doador vivo) – um percentual, que segundo a associação, trouxe um retrocesso de 2, 5 anos, voltando aos índices do primeiro semestre de 2017.
“O retorno dos hospitais à realização de transplantes sinaliza um novo momento da pandemia e melhoram as oportunidades dos pacientes que aguardam por um rim”, diz Luciana. A médica esclarece que a fila para os transplantes não é a indiana, com tempo de espera relacionado à ordem de chegada. Neste caso, uma criteriosa avaliação de compatibilidade é feita antes para detectar se a convergência do rim é positiva.
A nefrologista explica que tanto o paciente receptor quanto o doador passam por avaliações antes da tomada de decisão do transplante.
“É o nefrologista que faz o diagnóstico e prepara o paciente para receber um novo rim. A cirurgia é feita por urologistas. Para isso, são realizados uma série de exames que são capazes de detectar as condições de saúde do futuro transplantado”, acrescenta.
Luciana adverte que o transplante só é realizado quando a pessoa apresenta um problema renal irreversível, ou seja, quando o rim aponta uma taxa de função padronizada abaixo de 10% - mesmo índice para a efetivação da hemodiálise”. Feito o diagnóstico, o paciente passa por tratamento e por uma série de medidas que vão desde atualização da carteira de vacinas, exames cardíacos, visita ao dentista, entre outros, e visam rastrear as condições gerais da pessoa, antes que ela seja encaminhada ao centro cirúrgico.
Cumpridos todos os protocolos pré-cirúrgicos, o segundo passo é encontrar um órgão compatível ao paciente, o que necessita de exames especializados, atualmente, feitos apenas no Hemocentro do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, hoje conveniado com o Hospital da Unimed. Trata-se de uma investigação do HLA, exame que aponta marcações celulares. É este teste que pode garantir o grau de compatibilidade entre doador e receptor.
O que é transplante renal?
É uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada. No transplante renal, um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. Através de uma cirurgia, esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Tendo como principal vantagem a melhor qualidade de vida, pois o transplante renal garante mais liberdade na rotina diária do paciente.
Sobre o Hospital Unimed Ribeirão Preto
Inaugurado em 2016, o Hospital Unimed Ribeirão Preto, voltado para alta complexidade, trouxe para a cidade 140 leitos clínicos e de UTI, com nove salas cirúrgicas equipadas com a mais alta tecnologia para atendimentos complexos. Com foco total no paciente, o Hospital Unimed Ribeirão Preto conta com estrutura de excelência e uma equipe multiprofissional pautada pelos mais modernos protocolos assistenciais, prezando pela humanização no atendimento, com segurança e eficiência.
O superintendente do Hospital, Elpidio José Mieldazis, afirma “que o Hospital tem em seu DNA a realização de procedimentos de alta complexidade, dentre eles os transplantes. À medida em que desenvolvemos nossas estruturas e capacitamos nossas equipes, vamos habilitando o Hospital para a realização de transplantes em várias áreas da medicina. Já estamos habilitados, além dos transplantes renais, para a realização de transplantes de tecidos musculoesqueléticos. Um avanço significativo para a medicina privada de Ribeirão Preto, notadamente para os usuários da Unimed”, conclui.