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Da plantação à mesa: como funciona a cadeia de suprimentos do arroz?

1 de Novembro de 2021

O alimento, que geralmente demanda de 20 minutos de cozimento para poder ser consumido, leva meses para chegar nas prateleiras dos supermercados

Créditos: Catarina Bortolotto

O arroz está presente na alimentação da maioria dos brasileiros, principalmente por ser rico em nutrientes e ter um modo de preparo rápido – geralmente em apenas 20 minutos – e fácil. Entretanto, muitos esquecem da logística necessária para que o produto possa chegar à mesa de milhares de pessoas, em um ótimo estado de conservação e curto período de tempo.

Tradicionalmente, o plantio do cereal começa nos meses de setembro e outubro, mas nos últimos anos – por consequência do clima e de outros fatores naturais –, em algumas situações esse período vem sendo adiado. A colheita, por sua vez, acontece sempre no ano seguinte, com início no final de fevereiro, se estendendo até o mês de abril. “Quando falamos de arroz, nos referimos a uma monosafra. Ou seja, uma única safra durante o ano”, explica o diretor de Operações da Fumacense Alimentos, Marcos Paulo Zavaneli.

Dentre os estados com grande representatividade na produção de arroz, pode-se destacar o Rio Grande do Sul – que é o principal fornecedor da Fumacense Alimentos. A empresa também opta pelas produções de Santa Catarina – quando direcionado para o tipo parboilizado –, além de complementar com volumes menores vindos do Centro-Oeste.

“Normalmente, a nossa matéria-prima vem sempre dos mesmos lugares, pois priorizamos produtos que tenham afinidade com a qualidade exigida pela Fumacense Alimentos. Nós estudamos os cultivares – que são os tipos disponíveis no mercado – e tentamos aproveitar as melhores ofertas e o melhor produto das regiões. O arroz é uma commoditie, por isso é necessário manter uma pesquisa constante nas características do produto e do preço”, aponta Zavaneli.

Processos

Para o arroz poder ser empacotado, ir para o supermercado, ser comprado e chegar às mesas de todo o brasil, o grão precisa passar por uma infinidade de processos, que se diferenciam de acordo com o tipo produzido. Na Fumacense Alimentos, logo que o produto chega ao parque industrial, uma análise é realizada para verificar se está tudo conforme o que foi adquirido.

Ainda nesta fase, o arroz passa por uma pré-classificação, onde são verificados os defeitos – como grãos quebrados – e outros critérios que impactam na composição de custo. “A partir do momento que o produto passa pelo crivo de qualidade, ele é recebido e armazenado. Posteriormente, se iniciará o processo de beneficiamento, existindo dois caminhos distintos: o da parboilização e do arroz branco”, explica o diretor de Operações.

Na parboilização, ocorre o encharcamento dos grãos com água quente, em um processo de autoclave, para que aconteça a gelatinização do cereal dentro da casca. Depois, com o resfriamento, o alimento volta à sua composição inicial. Neste momento, o arroz absorve os nutrientes que estavam presentes no farelo, aumentando o seu valor nutricional.

Em seguida, o arroz entra no processo de beneficiamento, quando passa pelo brunimento, polimentos e demais fases para a retirada de quebrados e defeitos. A última etapa, antes do empacotamento, é o processo de classificação e seleção eletrônica, onde qualquer grão com defeito que tenha permanecido é retirado da linha de produção, auxiliando na entrega de um produto 100% beneficiado para o consumidor.

“Todo o processo dura em torno de oito horas, tirando o tempo de armazenamento. E todo passo é extremamente importante e precisa ser respeitado, para que seja possível garantir a qualidade do produto”, argumenta Zavaneli.

Já o arroz branco pula a etapa de encharcamento e autoclave e vai direto para o beneficiamento, onde é polido em uma intensidade maior, até atingir o nível de brancura que o consumidor está acostumado.

Por fim, o arroz integral – como o próprio nome já diz – vai para a embalagem em sua forma mais natural possível. Desta maneira, tem apenas a sua casca retirada, passa pelo processo de seleção e chega ao empacotamento. Por não receber o beneficiamento, como os outros tipos de arroz, é um grão mais sensível por ainda estar recoberto pelo farelo. 

Créditos: Catarina Bortolotto

Tecnologia

A seleção eletrônica adotada pela empresa agilizou o processo de produção e garantiu mais qualidade para os produtos. Moderno, o maquinário conta com uma fotocélula que retira – com um jato de ar comprimido – qualquer grão que tenha uma cor diferente da que está programada. Dessa forma, em uma velocidade alucinante, só permite a passagem daqueles grãos que atendam aos critérios determinados.

Nas estradas, para os supermercados

A Fumacense Alimentos sempre atua com um estoque pulmão, que gera certa agilidade no momento da entrega. Após a prospecção junto ao cliente, os pedidos são recepcionados e analisados, de acordo com as normas e políticas adotadas pela empresa. Após a liberação, ocorre o faturamento e, finalmente, a entrega.

Dependendo do destino, existe um lead-time determinado. Para clientes de Santa Catarina, por exemplo, o recebimento do pedido será em – no máximo – 72 horas, enquanto para compradores da Região Norte do Brasil o prazo é de 25 dias.

“Todos os nossos produtos recebem um tratamento prévio e posterior, para que não se tenha incidência de pragas, problemas com a integridade da embalagem, umidade e uma série de outros fatores que possam afetar a qualidade final do arroz que entregamos ao consumidor”, finaliza o diretor de Operações.

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