Compreendendo a necessidade de mulheres com medo de doenças das mamas, aliás doenças que podem acometer ambos os sexos, e assusta homens e mulheres, escrevo alguns parágrafos para que as pessoas compreendam que uma doença, seja ela mais ou menos grave, se for diagnosticada e tratada logo no início pode ser curada, totalmente, reduzindo as sequelas que podem trazer aos pacientes.
Um cenário atual e importante, que envolve grandes dilemas entre médicos e pacientes é o câncer de mamas, doença que tem aumentado consideravelmente.
Algumas pacientes nos procuram para retirar as mamas, a exemplo do que fez a atriz Angelina Jolie, com a intenção de não serem acometidas com esta patologia, relatando históricos diversos de casos familiares de câncer ou nódulo mamários.
Porém, dentro dos diversos históricos a nós apresentados, existem graus variados de gravidade da doença, podendo levar a indicação de condutas mais agressivas. Históricos de casos graves, doenças malignas são sujeitas a condutas e tratamentos de formas diversas. Condutas cirúrgicas diferentes de um caso para o outro, quimioterapia e radioterapia serão analisadas caso a caso, dependendo do tipo de tumor, tamanho, grau de evolução da doença diagnosticada e estado de saúde ou estado geral da paciente.
Essas condutas variam desde a retirada do tumor até a retirada total da mama acometida e até esvaziamento dos linfonodos na axila, acompanhada ou não de outros tratamentos subsequentes. Toda essa conduta pode ocorrer de um lado ou ambos os lados, se a doença acontece de forma bilateral. Histórico familiar para câncer de mamas não quer dizer que seus descendentes obrigatoriamente também terão câncer de mama.
Se for a opção a mastectomia preventiva, ou seja, para não correr o risco de ser acometida de câncer de mama, temos que levar em consideração o risco da própria cirurgia, anestesia e possíveis complicações no pós-operatório, bem como, a reconstrução que acontece imediatamente após a retirada das mamas, mas haverá outros procedimentos cirúrgicos para que essa reconstrução seja completa.
Ficar livre da doença é a garantia da presença da mulher, da presença materna no seio familiar. Garantir a vida é manter a família integra. Na verdade, é uma realidade difícil decidir por retirar as mamas sem sequer ter indícios de câncer nas mamas, com amparo em exames genéticos, mas para preservar a saúde e principalmente a vida tudo e válido.
Consideramos também que a opção em fazer a cirurgia preventiva envolve a família toda, como ocorreria se tratássemos de qualquer outra doença grave.
Muito importante o apoio de todos os membros da família, pois haverá sempre a dúvida se a mastectomia bilateral é a melhor opção. Se a decisão for fazer a cirurgia, retirar as mamas e reconstruí-las, será necessário apoio psicológico do parceiro, familiares e amigos e, se possível, um profissional capacitado terapeuta ou psicólogo assessorando toda essa movimentação pré cirúrgica, cirúrgica e pós cirúrgica.
Manter a integridade psicológica e emocional faz parte do sucesso da cirurgia.
O papel do parceiro e da família serão primordiais para a tomada desta decisão, Para que a mulher se sinta segura e confortável com o que virá pela frente. Ocorre, em grande número, homens que se distanciam das parceiras, abandonam a relação ou abandonam o lar, trocando por outro relacionamento.
Um parceiro comprometido permanecerá ao lado dessa mulher, priorizando sempre o diálogo, falando sobre todas as coisas para que nada seja surpresa ao longo de todo o tratamento. Devem manter uma vida normal, exercendo todas as atividades do casal e da família e até melhorá-las se for possível. O marido pode manifestar satisfação de estar e continuar ao lado de sua esposa. Manter as situações de prazer e de amor entre o casal. A mulher precisa continuar se sentindo amada e desejada. A mama tem um importante papel para as mulheres, é o órgão que traduz sua sensualidade e sexualidade. Retirá-las fará com que sintam sua feminilidade ameaçada, ou poderão sentir-se assexuadas, mas longe disso, elas continuam a ser a mesma pessoa com todas as suas virtudes.
Será apenas uma fase, transitória, até que finalizada a reconstrução das mamas. Devemos lembrar que muitas pacientes colocam próteses de silicone sem ter tido qualquer doença das mamas e se sentem resplandecentes como mulheres.
O momento da decisão para quem opta pela mastectomia preventiva, se é que podemos chamar assim, esse momento de dizer sim para realizar a cirurgia pode ser um momento extremamente tenso, seguido do alivio após a tomada da decisão. A indecisão é que abala o emocional.
Sobre o ato cirúrgico, algumas cirurgias serão necessárias para que se finalize todo o processo de retirada e reconstrução das mamas. Na cirurgia principal, mastectomia, retira–se todo o conteúdo mamário com um pouco de gordura e preserva-se a pele com o complexo aréolo-mamilar, os músculos peitorais e um pouco da gordura abaixo da pele.
No mesmo ato cirúrgico, o cirurgião plástico, coloca uma bolsa de silicone atrás do musculo peitoral, que servirá para expandir esse músculo e a pele para que posteriormente seja substituída por uma prótese de silicone definitiva do tamanho que melhor agradar a paciente.
Esse processo de expansão ocorre com a injeção de soro fisiológico, normalmente até que seja completado o volume total que essa bolsa comporte em seu interior. Essa expansão ocorre como se fosse uma gravidez, aumentando o volume lentamente e esticando, expandindo os tecidos ao seu redor.
Decidir e enfrentar os procedimentos não é uma decisão fácil, mas pode ser compensada pelo conforto de não ser acometida de uma doença tão séria como o câncer de mamas. As cicatrizes são pequenas em relação ao tratamento e a complexidade de todos os procedimentos. Os resultados são bem naturais e satisfatórios para essas pacientes.
Uma vez decidido é necessário encontrar um mastologista que compactue com tal escolha. Que o médico entenda o quanto diminuirá o risco dessa paciente ser acometida de um câncer mamário. Este avaliará os casos familiares para enxergar se com o procedimento pode reduzir o risco de câncer, se há indicação para mastectomia bilateral com reconstrução de mama.
Sendo assim, retirar as mamas preventivamente a um câncer é uma escolha ou indicação? Acredito que tudo começa com o receio de contrair a doença, mas a indicação vem da avaliação de um profissional capacitado para concordar se a retirada das mamas é um ato que diminuirá o risco, decisão esta que será de comum acordo com a paciente. (Dr. Ailthon Takishima - CRM/SP 64098 )
O cirurgião plástico Dr. Aithon Takisma preza pelas campanhas informativas de conscientização da população quanto a prevenção do câncer da mama e próstata fazendo anualmente campanha junto a sua equipe da clinica Sensoryal Med Spa.