A data, celebrada em 29 de agosto, tem como finalidade conscientizar a população sobre os danos causados à saúde pelo hábito
O tabagismo tem relação com pelo menos 45 doenças e é considerado um dos principais fatores determinantes das duas maiores causas de morte no Brasil e no mundo: doenças cardiovasculares e câncer.
Na relação do tabaco com a área da oncologia, o cigarro está associado de forma mais frequente e direta ao câncer de pulmão. Porém, o uso dele também é diretamente relacionado ao desenvolvimento dos tumores de cabeça e pescoço, esôfago, pâncreas, bexiga, dentre outros. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo pode influenciar no surgimento de mais de 15 tipos de tumor.
"O uso do cigarro é responsável por aproximadamente 90% dos casos de câncer de pulmão e um terço dos outros 10% está relacionado com o tabagismo passivo. Esta neoplasia não costuma apresentar sintomas no início da doença e isso gera um problema maior ainda, pois grande parte dos pacientes só recebem o diagnóstico quando a doença está em estágio avançado, reduzindo significativamente as chances de cura. Nesta fase, dependendo do subtipo do tumor, os sintomas podem variar entre tosse seca com ou sem presença de sangue, falta de ar e dor torácica", explica Carlos Fruet, oncologista do InORP Oncoclínicas.
Outro alerta dado pelo oncologista é sobre a utilização do cigarro eletrônico pelos jovens. "O dispositivo eletrônico dá a falsa ideia que são inofensivos à saúde. Já sabemos que este tipo de tabagismo também está relacionado com maior chance de desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o de pulmão."
Ainda segundo dados do INCA, mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados com a doença no ano, fazendo com que o tumor esteja entre os líderes em incidência no país - cerca de 13% de todos os casos registrados. E cabe a ele mais um título pouco valoroso: o de doença oncológica que mais mata todos os anos. O levantamento mais recente sobre esses índices no Brasil, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer (2019), indicam 29.354 mortes em decorrência dessa neoplasia maligna a cada 12 meses.
Estudos mostram que ao parar de fumar o organismo pode se recuperar e os riscos de câncer diminuírem com o tempo. "Parar com o uso do tabaco é a medida que mais impacta na saúde das pessoas e entre os benefícios estão: após 20 minutos pressão normalizada; em 2 horas já não há mais nicotina circulando no sangue, entre 12 e 24 horas os pulmões já funcionam melhor, após 1 ano o risco de morte por infarto cai pela metade; após 5 anos os riscos de câncer de útero são os mesmos de quem não fuma, também há menos chance de desenvolver neoplasias de boca, faringe, esôfago e bexiga e após 10 anos sem fumar a recompensa é ter metade da probabilidade de morrer de câncer de pulmão do que uma pessoa que fuma", reforça Fruet, oncologista do InORP Oncoclínicas.
Oncologista Carlos Fruet |