Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna memória: O colunista que inventou a lista das Dez Mais Ibrahim Sued (23/06/1924 – 01/10/1995)

27 de Abril de 2021

Por Rodolfo Bonventti

Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, e em uma família muito pobre de imigrantes árabes. Passou a maior parte da infância no bairro da Tijuca e a adolescência em Vila Isabel e Copacabana. No final dos anos 1940 se descobriu trabalhando como repórter fotográfico em redações de jornais diários cariocas.

Ibrahim- Participação em programa de televisão

Companheiro nas noites cariocas de nomes importantes da sociedade do Rio de Janeiro, como Carlos Niemeyer, Sérgio Porto, Jorginho Guinle, Francisco Matarazzo Pignatari, Heleno de Freitas e o príncipe Dom João Maria de Orléans e Bragança, Ibrahim Sued foi um dos fundadores do famoso “Clube dos Cafajestes”.Nascia assim para a imprensa brasileira, Ibrahim Sued, que viria a se tornar uma lenda na história dos colunistas sociais que já atuaram por aqui.

Ibrahim Sued no início da carreira como jornalista

Nos anos 1950, era uma presença constante em festas, principalmente no hotel Copacabana Palace e começou a escrever sobre a noite carioca, primeiro no jornal “Tribuna da Imprensa” e depois no “A Vanguarda”.

Ibrahim- Na noite carioca com a atriz Brooke Shields e o costureiro Valentino

Mas o sucesso e o reconhecimento nacional vieram a partir de 1955, quando passou a trabalhar exclusivamente para o jornal “O Globo” e a escrever uma coluna social que se tornou uma das principais atrações do jornal carioca.

No final da década de 1950 criou uma polêmica lista, a das “Dez Mais Belas Mulheres do Brasil”, que ganhou outras irmãs como as “Dez Mais Elegantes” e as “Dez Melhores Anfitriãs do Rio de Janeiro”.

A estréia como colunista e apresentador de TV aconteceu em 1958, na extinta TV Rio, onde apresentou o programa “Ibrahim Sued e Gente de Bem”, onde além de entrevistas, realizava pequenos comentários sobre a sociedade brasileira.

Sua coluna no jornal “O Globo” se tornou leitura obrigatória de empresários e políticos nos anos 1970 e 1980. Nos anos 1980, foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, que adotou o enredo “Ibrahim, de leve eu chego lá".

Dono de bordões que fizeram sucesso na imprensa escrita e em suas aparições na televisão, Ibrahim Sued criou expressões marcantes como “Sorry periferia”; “Ademã que eu vou em frente” e “Olho vivo, que cavalo não desce escada”, entre outros.

Ele deixou o jornalismo em 1993, passando a escrever esporadicamente para o jornal "O Globo", e faleceu em outubro de 1995, aos 71 anos de idade, após sofrer um infarto agudo do miocárdio. Escreveu também seis livros, sendo o último deles, “Vida, Sexo, Etiqueta e Culinária – Do Rico e do Pobre” em 1986.

Foi homenageado, em 2003, com uma estátua em frente ao hotel Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro, e se tornou uma referência para muitos outros colunistas sociais que surgiram depois na imprensa brasileira.

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