Por Rodolfo Bonventti
Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, e em uma família muito pobre de imigrantes árabes. Passou a maior parte da infância no bairro da Tijuca e a adolescência em Vila Isabel e Copacabana. No final dos anos 1940 se descobriu trabalhando como repórter fotográfico em redações de jornais diários cariocas.
Ibrahim- Participação em programa de televisão |
Companheiro nas noites cariocas de nomes importantes da sociedade do Rio de Janeiro, como Carlos Niemeyer, Sérgio Porto, Jorginho Guinle, Francisco Matarazzo Pignatari, Heleno de Freitas e o príncipe Dom João Maria de Orléans e Bragança, Ibrahim Sued foi um dos fundadores do famoso “Clube dos Cafajestes”.Nascia assim para a imprensa brasileira, Ibrahim Sued, que viria a se tornar uma lenda na história dos colunistas sociais que já atuaram por aqui.
Ibrahim Sued no início da carreira como jornalista |
Nos anos 1950, era uma presença constante em festas, principalmente no hotel Copacabana Palace e começou a escrever sobre a noite carioca, primeiro no jornal “Tribuna da Imprensa” e depois no “A Vanguarda”.
Ibrahim- Na noite carioca com a atriz Brooke Shields e o costureiro Valentino |
Mas o sucesso e o reconhecimento nacional vieram a partir de 1955, quando passou a trabalhar exclusivamente para o jornal “O Globo” e a escrever uma coluna social que se tornou uma das principais atrações do jornal carioca.
No final da década de 1950 criou uma polêmica lista, a das “Dez Mais Belas Mulheres do Brasil”, que ganhou outras irmãs como as “Dez Mais Elegantes” e as “Dez Melhores Anfitriãs do Rio de Janeiro”.
A estréia como colunista e apresentador de TV aconteceu em 1958, na extinta TV Rio, onde apresentou o programa “Ibrahim Sued e Gente de Bem”, onde além de entrevistas, realizava pequenos comentários sobre a sociedade brasileira.
Sua coluna no jornal “O Globo” se tornou leitura obrigatória de empresários e políticos nos anos 1970 e 1980. Nos anos 1980, foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, que adotou o enredo “Ibrahim, de leve eu chego lá".
Dono de bordões que fizeram sucesso na imprensa escrita e em suas aparições na televisão, Ibrahim Sued criou expressões marcantes como “Sorry periferia”; “Ademã que eu vou em frente” e “Olho vivo, que cavalo não desce escada”, entre outros.
Ele deixou o jornalismo em 1993, passando a escrever esporadicamente para o jornal "O Globo", e faleceu em outubro de 1995, aos 71 anos de idade, após sofrer um infarto agudo do miocárdio. Escreveu também seis livros, sendo o último deles, “Vida, Sexo, Etiqueta e Culinária – Do Rico e do Pobre” em 1986.
Foi homenageado, em 2003, com uma estátua em frente ao hotel Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro, e se tornou uma referência para muitos outros colunistas sociais que surgiram depois na imprensa brasileira.