As mortes causadas por coronavírus em Campinas saltaram 94% na 11ª Semana Epidemiológica. Foram 132 óbitos no período de 14 a 20 de março, segundo dados analisados pelo Observatório PUC-Campinas. O aumento percentual em relação à semana anterior ilustra o pior momento da pandemia no município, que carrega um dos maiores índices de mortalidade da região: são 167 mortes por 100 mil habitantes. (VEJA NOTA COMPLETA)
Dos 11,6 mil novos casos notificados no Departamento Regional de Saúde de Campinas ao longo do período analisado, 2,1 mil ocorreram em Campinas (18,1% do total). Em relação às mortes, o percentual é ainda maior: das 386 vítimas fatais da covid-19 no DRS-Campinas, composto por 42 municípios, 132 foram a óbito na cidade campineira. O número corresponde a 34% dos óbitos provocados pela doença na região.
Com taxas de ocupação de leitos intensivos próximas de 100%, o município aposta nas restrições impostas pela fase emergencial do Plano São Paulo, que entrou em vigor dia 15 de março, para interromper o avanço da pandemia e desafogar o sistema de saúde, atualmente sobrecarregado e à beira do colapso. Para o infectologista da PUC-Campinas André Giglio Bueno, essas medidas mais rigorosas deviam ter sido adotadas há cerca de um mês, quando as internações já cresciam em ritmo acelerado.
“É desejável que o novo patamar de restrições ajude a conscientizar a população sobre o estado crítico que atravessamos no momento. Perdemos tempo e muitas vidas insistindo em medidas já conhecidas e pouco respeitadas pelas pessoas. As punições para quem organiza e frequenta aglomerações devem ser mais duras e exemplares para ajudar a inibir tal comportamento”, diz o médico.
Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: https://observatorio.puc-
Economia
No aspecto econômico e social, além das perdas imediatas decorrentes do recuo na liberalização das atividades econômicas, principalmente a comerciantes e prestadores de serviços, há temor sobre os reflexos da redução no valor do auxílio emergencial, que desencadeia numa queda da demanda agregada da economia.
“Seguimos afirmando que, sem medidas de proteção da renda do emprego, levando em conta o presente cenário econômico, social e sanitário, a retomada da atividade econômica nacional e regional vai ser bastante lenta”, avalia o economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relativas à covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas.
Observatório PUC-Campinas
O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.
A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC. As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.