Colaboradores - Julio Di Madeo

Um ano de pandemia: o que aprendemos?

9 de Março de 2021

O diagnóstico ocorreu na cidade de São Paulo e o paciente era um homem de 61 anos, recém-chegado de uma viagem à Lombardia, na Itália, que já enfrentava uma epidemia da doença.

Pouco mais de um ano depois, o cenário brasileiro contabiliza mais de 11 milhões de pessoas infectadas pela doença e mais de 265 mil mortes. No mundo, foram mais de 116 milhões de pessoas contaminadas e mais de 2,5 milhões de óbitos.

Durante todo esse período e, entre debates sobre prevenção, tratamento, restrições, flexibilizações, o surgimento de vacinas e de novas cepas, o que foi possível aprender e o que mudou neste ano atípico?  

Assim, vamos refletir sobre alguns tópicos:

- Isolamento social: em maior ou menor intensidade ainda é apontado como uma das alternativas para reduzir a circulação do vírus. No início da pandemia diversas atividades sofreram restrições, mas com o passar do tempo ocorreram flexibilizações e, nas últimas semanas, foram retomadas medidas mais rígidas em diversas cidades. Pesquisadores e profissionais da saúde ressaltam a importância de evitar aglomerações em razão do risco de transmissão, mas ainda não chegamos a um ponto em comum sobre como organizar essa situação.

- Máscaras e álcool em gel: esses passaram a ser obrigatórios em qualquer ambiente e foram inseridos nos itens pessoais da população. Atualmente, o estranho é ver alguém andando por um local público sem máscara. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso para todos que precisam sair de casa. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos divulgou que usar duas máscaras (uma de pano sobre outra cirúrgica) bem ajustadas pode reduzir a contaminação pelo vírus em cerca de 90%. Já o álcool em gel faz parte das medidas de higienização constante das mãos, principalmente, quando não temos acesso a água e sabão. Outra rotina é utilizar o produto ao chegar e sair de diversos ambientes, que incluíram recipientes como parte de seu mobiliário e rotina.

- Tratamento e vacinas: o uso de medicamentos alternativos e a indicação de alimentos tornaram-se o centro das atenções em conversas, mensagens divulgadas na internet e no debate público. No entanto, um ano após o início da pandemia no Brasil ainda não temos nenhum remédio eficaz, com comprovação cientifica. Por outro lado, surgiram várias versões de vacina, que se não são totalmente imunizantes, já reduzem os riscos e os efeitos em uma eventual contaminação. 

No entanto, até final de fevereiro, o Brasil havia vacinado pouco mais de 6 milhões de pessoas, cerca de 3% da população. Um levantamento da Universidade de Oxford aponta que os países com maior índice de imunização são Israel (53,1%), Reino Unido (26,9%), Bahrein (16,8%), Chile (16,3%), Estados Unidos (13,5%) e Sérvia (12,6%). 

É possível apontar mais uma dezena de situações e temas envolvendo as mudanças no último ano. No entanto, acredito que um dos principais aprendizados nesse cenário de incertezas é que qualquer medida precisa contar com dose extra de bom senso e equilíbrio por todos envolvidos. A tão esperada vacina chegou e as novas cepas voltaram a trazer incertezas. Nesse ambiente contraditório, uma das poucas certezas é que ainda temos muito o que aprender e descobrir antes de encerrar essa pandemia.

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