A pandemia do novo coronavírus tem provocado forte impacto no tratamento do câncer. A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que um em cada três dos 53 países pesquisados registrou interrupção parcial ou totalmente dos seus serviços oncológicos por conta da mobilização contra a covid-19 e das restrições de viagem.
"O cenário é catastrófico. Vamos ter um aumento significativo de morte por câncer. Teremos ainda um crescimento da demanda por diagnóstico e tratamento assim que a situação começar a se normalizar", avalia o oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Segundo a OMS, na Holanda e na Bélgica, durante o primeiro confinamento na primavera de 2020, o número de casos diagnosticados diminuiu de 30% a 40%, e no Quirguistão caiu 90%. Dados da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica) apontam cancelamento de 70% das cirurgias de câncer no Brasil entre 11 de março e 11 de maio de 2020 por causa da pandemia. No período, 116 mil procedimentos foram adiados.
"O diagnóstico e o tratamento do câncer devem ser considerados como emergência. O adiamento pode trazer sérias consequências e reduzir as chances de cura do paciente", alerta o pesquisador da Unifesp. Ele lembra ainda que hospitais e clínicas adotaram protocolos que reduzem as possibilidades de infecção do paciente oncológico pela covid-19.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é membro do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology - ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology - ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology - ASCO).
O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).
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