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Morre no Rio, aos 97 anos, o jornalista Lóris Baena, sócio mais antigo da ABI

5 de Março de 2021

Ele lutou bravamente durante duas semanas contra uma pneumonia aguda que o deixou em estado grave na UTI - Unidade de Terapia Intensiva.. A causa da morte foi declarada como insuficiência respiratória, pneumonia broncoaspirativa, disfagia compressiva, osteófito cervical e hipertensão arterial. Não foi confirmada infecção por Covid-19.

O velório vai ocorrer às 13 horas e o sepultamento às 15h deste sábado (6/3) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Ele deixa a esposa Íris, a filha Leocy Maria, quatro netos e dois bisnetos. Sua segunda filha, Lorília, é falecida.

O jornalista estava internado desde o último dia 19 de fevereiro, de acordo com a família. Por conta de um problema ortopédico que afetou a deglutição, respiração e alimentação (uma vértebra estava pressionando a laringe), ele precisou ser intubado no dia 22 de fevereiro. Lóris Baena chegou a ter uma boa recuperação esta semana, mas seu quadro piorou e ele faleceu por volta de meio-dia desta sexta. 

O último fundador vivo da Acerj

Lóris era o último sócio-fundador ainda vivo da Associação de Cronistas Esportivos do Estado do Rio de Janeiro (Acerj), que completa nesta sexta 104 anos.“Cumpro o doloroso dever de informar o falecimento do sr. Lóris Baena Cunha. Morre no dia do aniversário da Acerj, era o último sócio-fundador vivo”, anunciou o presidente da Acerj e ex-conselheiro da ABI, Eraldo Leite. Muito amigo de Lóris, Leite vinha acompanhando seu quadro de saúde, junto à familia nas duas últimas semanas.  

“Lóris ‘escolheu’ morrer no dia da fundação da Acerj, entidade que ajudou a fundar e pela qual lutou sua vida inteira. Foi incansável na aquisição do jazigo onde vai ser sepultado e que se transformará, em breve, no Mausoléu do Cronista Esportivo, no Cemitério do Caju. Como jornalista foi um exemplo de profissional que busca a notícia exclusiva, a entrevista inédita. Como dirigente de classe, um modelo de perseverança na luta pelos direitos dos cronistas esportivos. Sua partida vai deixar uma enorme lacuna em nossa classe”, escreveu Eraldo Leite.

66 anos como sócio da ABI

Lóris era associado da ABI desde 1955, na gestão do então presidente Herbert Moses, e fez parte intensamente da rotina da casa, para a qual dedicou parte de sua vida, de forma voluntário. Integrou o Conselho Deliberativo em outras ocasiões, além de fazer parte do Conselho Fiscal e diversas comissões eleitorais. Chegou ainda a atuar na cobertura na cobertura do Ambulatório de Saúde no sexto andar da sede da entidade, no Centro do Rio, a convite de Moses.

Natural de Belém do Pará, o jornalista esportivo Lóris Baena Cunha começou sua carreira no jornal Folha Carioca, no Rio de Janeiro. Em 1947, aos 25 anos, quis entrar de sócio na ABI, mas teve que se mudar para São Paulo. Em 1955, de volta ao Rio como ‘foca’ da Rádio Clube do Pará, foi apresentado a Herbert Moses pelo jornalista Edgar Proença, e se filiou à casa. Além do trabalho como jornalista, escreveu diversos livros sobre esportes e poesias, como ‘Sonhos de Amor’ e ‘Temas da Vida’ - este último, sobre os clubes de futebol cariocas.

De acordo com seu neto, Lóris Neto, o cronista esportivo nutria grande afeição pela ‘casa do jornalista’. “Meu avô tem muito carinho pela ABI. E no hospital, antes da intubação, lembro dele falando do saudoso Barbosa Lima Sobrinho (ex-presidente da casa)”, contou poucos dias antes da morte. Ele também agradeceu a atenção recebida durante a hospitalização. “A família está muito sensibilizada pelo carinho da ABI e da Acerj, na pessoa do Eraldo Leite. E reafirmo o carinho do vovô também com a ABI, que é uma casa para ele”.

Homenagem em vida em maio de 2020

Em maio do ano passado, a Comissão de Assistência Social prestou homenagem a Lóris Baena, com uma reportagem sobre a sua vida na estreia do projeto Pratas da Casa, que tem como  objetivo valorizar a memória viva dos ‘imortais’ da ABI.

Veja aquihttp://www.abi.org.br/aos-97-anos-loris-baena-e-personagem-vivo-da-historia-da-abi/

Lóris Baena é personagem vivo da história da ABI | ABI

Associado mais antigo da ABI, filiado em 1955, o jornalista esportivo Lóris Baena, de 97 anos, membro do Conselho Deliberativo da ABI, abre a série de entrevistas Pratas da Casa, iniciativa da Diretoria de Assistência Social, com apoio das Diretorias de Cultura e Jornalismo, para valorizar importantes personagens que ajudam a construir a história da “Casa do Jornalista”.

A entrevista fora concedida à então mais jovem conselheira da ABI, a jornalista e escritora Ana Helena Tavares. Ao receber a notícia, Ana Helena lembrou que fotografou Lóris para a reportagem exatamente no dia 5 de março de 2020, um ano antes de sua morte.

“Parece incrível, mas faz hoje um ano que tirei essas fotos do Lóris: 5 de março de 2020. Foi nesse dia que, me vendo lá no 11º andar trabalhando, Lóris saiu, foi comprar biscoitos amanteigados, e voltou para me dar um pacote. Das melhores pessoas que conheci na ABI. Certamente, está agora num lugar mais bonito do que esse nosso”, escreveu Ana Helena. 

Família ABI lamenta

Ao longo do dia, associados, conselheiros, diretores e funcionários manifestaram seu pesar com a morte de Lóris Baena: “Estávamos com esperança que fosse desintubado nesta sexta-feira. É uma grande perda para a ABI. Lóris é parte da memória viva da casa do jornalista que se vai”, disse Rosayne Macedo, diretora de Assistência Social da ABI.

“Faremos uma homenagem póstuma ao querido Loris na próxima reunião do Conselho Deliberativo, dia 15”, informou o também conselheiro Vitor Iório, primeiro-secretário do CD.

“Lamento muito mesmo. Um associado que fazia parte da história da ABI, uma pessoa simpática, de boa convivência. Vai fazer falta”, comentou Rogério Marques, conselheiro da ABI.

“Nosso querido Lóris. A esperança de tê-lo entre nós, infelizmente, terminou.  A família, minhas sinceras condolências”, escreveu Paulo Marinho. 

“Nossas condolências. Vá em paz e nos aguarde nos céus”, destacou o associado Nilo Sérgio. 

“Que tristeza! Um abraço fraterno para a familia. Que Deus conforte o coração de todos”, lamentou a funcionária Queli Delgado.

Mais sobre os 104 anos da Acerj

A Acerj foi fundada em 1917 por Lóris Baena e outros integrantes com o nome de ACD - Associação de Cronistas Desportivos. Em 1967, fundiu-se com o Departamento de Imprensa Esportiva (DIE) da ABI, surgindo então a Aceg (Associação de Cronistas Esportivos da Guanabara). 

Em 5 de março de 1975, com a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, tornou-se Acerj (Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro). Em razão disso, comemora-se nesta data, no Estado do Rio, o Dia do Cronista Esportivo. 

A ABI também saúda todos os profissionais da crônica esportiva e os associados da Acerj.

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