Viver - Saúde

Gana recebe 600 mil doses da vacina COVAX

26 de Fevereiro de 2021

Gana, na África, foi o primeiro país a receber vacinas contra COVID-19 por meio do consórcio global COVAX Facility, liderado pela Aliança para a Vacinação (Gavi) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Coalisão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) e a UNICEF. Ontem, 600 mil doses do imunizante desembarcaram na região, dois meses após as nações mais ricas já estarem aplicando o medicamento em sua população.

Sobre a distribuição mundial da vacina, Kate Elder, Consultora Sênior de Políticas de Vacinas da Campanha de Acesso de Médicos Sem Fronteira (MSF), explica que:

“Este é um dia importante para muitos países que ainda não receberam uma única dose e estão contando com a COVAX para fornecer vacinas contra a COVID-19 a suas populações. Vacinas que salvam vidas. Mas é um começo muito pequeno e tardio, uma vez que precisamos com urgência de uma entrega massiva de doses em muitos outros países.

Desde o início da pandemia, a corrida dos governos de países ricos para a compra da escassa oferta global de vacinas deixou outros países em dificuldades, jogando luz sobre a desigualdade do nosso sistema atual. Desigualdade que coloca o mundo inteiro em risco.

Apelamos aos governos que assinaram acordos diretamente com empresas farmacêuticas para a compra de vacinas contra a COVID-19 a compartilhar suas doses. Assim, pessoas com maior risco de contaminação pela doença, que vivem em países em desenvolvimento, poderão ser vacinadas antes da população com baixo risco de contágio em países ricos.

Os governos devem pressionar as empresas farmacêuticas, para que trabalhem imediatamente com a COVAX para fornecer um suprimento suficiente de vacinas contra a COVID-19 a preços acessíveis. Só assim as pessoas que fazem parte dos grupos prioritários nos países em desenvolvimento poderão ser protegidas nesta pandemia. Isso pode significar adiar as entregas para os países ricos, durante o tempo em que o mundo estiver trabalhando para recuperar o atraso na proteção das pessoas em maior risco, que vivem nos países em desenvolvimento.

A grande desigualdade que o mundo está experimentando em torno da distribuição das vacinas contra a COVID-19 é fruto de nosso sistema biomédico falido. Se quisermos evitar esta situação deplorável no futuro, precisamos de uma grande mudança na forma como os produtos médicos são desenvolvidos e disponibilizados em todo o mundo. ”

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