A Síndrome do pânico é uma condição que pode ocorrer em qualquer idade, mas costuma-se manifestar na adolescência ou início da idade adulta, sem motivo aparente.
Esse transtorno se caracteriza pela ocorrência repentina e até mesmo inexplicável de crises de ansiedade agudas, marcadas por medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais, que geralmente duram em torno de 10 minutos. Durante esses ataques de pânico, a pessoa experimenta a sensação de que vai morrer, que perdeu o controle sobre suas ações e que vai enlouquecer.
No geral, o transtorno do pânico atinge mais as mulheres do que os homens. “Essa frequência é maior no sexo feminino pois existe a sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, já que a incidência de pânico aumenta durante o período fértil da vida”, explica o médico psiquiatra Bruno Brandão.
O ataque de pânico tem início repentino e apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas, são eles: medo de morrer, palpitações, taquicardia, sudorese, despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho), formigamentos, sensação de falta de ar, dor ou desconforto no peito (que podem ser confundidos com os sinais do infarto).
Para o médico Bruno Brandão, um dos fatores que podem causar essas crises são as constantes incertezas. “Como muitas pessoas no início da pandemia ficaram desoladas e incertas sobre o seu futuro, elas criaram vários cenários na mente, tentando controlar os resultados. Mas como essa resolução não existe, pois tudo pode mudar, o medo, o estresse e a ansiedade aumentam”.
Outra atitude importante para evitar que essa crise tome forma, é se informar somente em fontes seguras e confiáveis, que não causem alarmes desnecessários. A mente humana também reage a dados especulativos e imaginários, e em alguns casos, mesmo sabendo que aquilo no primeiro momento não é verdade, algumas pessoas não deixam de descartar a possibilidade do pior acontecer. Por isso, é importante evitar a busca de informações em canais que apelem para o sensacionalismo e que cause pânico.
E, o mais importante: tentar resgatar aquilo que nos faz bem, mas que não tínhamos tempo, devido a correria do dia a dia. “Experimentar receitas, ler livros, ver filmes e séries, sem parecer que estar fazendo aquilo para apenas preencher lacunas, mas entender que está sim, vivendo. Com isso, a mente relaxa e novas formas de lazer entram no seu dia a dia, deixando de longe pensamentos negativos que podem acometer em um quadro da síndrome do pânico”, finaliza Bruno.
Fonte: Bruno Brandão Carreira, médico psiquiatra. Especialização em dependência química pela unidade de álcool e drogas pela Universidade Federal de São Paulo – USP. É sócio fundador da associação brasileira de neuropsiquiatria. Atualmente atende em consultório próprio em BH e Três Marias – MG.