Financiamentos Imobiliários - Valores
Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do SistemaBrasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 17,47 bilhões em dezembro de 2020, maior volume nominal mensal registrado desde julho de 1994, quando foi lançado o Plano Real. O montante foi 26,2% superior ao de novembro e mais que dobrou (avanço de 101,6%) em relação aos R$ 8,66 bilhões de dezembro de 2019. Como se nota no gráfico, em decorrência da pandemia, a demanda de crédito imobiliário chegou a cair por alguns meses, no início do ano, mas iniciou uma forte recuperação esboçada desde junho e que ganhou força no segundo semestre.
Com isso, o montante financiado em 2020 atingiu R$ 123,97 bilhões, alta de 57,5% em relação a 2019, marcando novo recorde histórico ao superar o pico anterior registrado em 2014, quando o mercado de lançamentos e de vendas de unidades residenciais operava em ritmo acelerado, no que ficou conhecido como um período de “boom” imobiliário.
Financiamentos Imobiliários - Unidades
Foram financiados em dezembro de 2020, nas modalidades de aquisição e construção, 55,9 mil imóveis, resultado 20,9% superior ao de novembro e 76,6% maior do que o apurado em dezembro de 2019. Assim como foi registrado em relação aos valores emprestados, a quantidade de unidades financiadas chegou a se reduzir em alguns meses do primeiro semestre, sugerindo que o mercado imobiliário poderia se retrair, mas se recuperou com força ao longo da segunda metade do ano.
O bom desempenho do crédito imobiliário, especialmente na segunda metade do ano, levou os agentes financeiros a fechar o ano de 2020 com 426,8 mil unidades financiadas com recursos da poupança, resultado 43,2% superior ao de 2019 (298 mil unidades). Nos últimos seis anos, essa foi a maior quantidade anual de unidades financiadas pelo SBPE.
Poupança SBPE: Captação Líquida
Após mostrar desempenho ligeiramente negativo em novembro, a poupança SBPE voltou a apresentar captação líquida positiva em dezembro, de R$ 15,96 bilhões.
Em 2020, a captação líquida somou R$ 125,4 bilhões, recorde na série histórica iniciada em 1994. O recorde anterior havia sido observado em 2003, com captação de R$ 54,3 bilhões.
O ótimo desempenho da poupança em 2020 pode ter sido impactado por alguns fatores:
- redução dos rendimentos da renda fixa, devido às taxas de juros situadas na mínima histórica, com consequente aumento da demanda pela poupança em sua simplicidade de aplicação;
- diminuição do consumo decorrente do isolamento social;
- maior preocupação das famílias com o ambiente de incertezas, elevando suas reservas financeiras para enfrentar eventuais dificuldades futuras;
- liberação do auxílio emergencial nas contas de poupança.
A captação líquida foi positiva em nove dos doze meses de 2020 e, acrescida do crédito de rendimentos, elevou o saldo de dezembro para R$ 801,4 bilhões, com crescimento mensal de 2,2% e anual de 21,9%.
