Se tornar modelo de fotos sensuais que fazem muito sucesso na Internet foi o caminho que a paranaense Letícia Gabriela encontrou para superar um trauma vivido aos 17 anos, quando foi dopada em uma balada e abusada sexualmente por um homem.
Assim como a cantora Anitta, que revelou nesta semana ter sido violentada aos 14 anos, a jovem de Paranaguá também optou por trabalhar a sua sexualidade e usar seu corpo para se tornar mais forte e seguir a vida apesar de tudo que passou.
Letícia, que tem 500 mil seguidores no Instagram (@letsgab_), começou a trabalhar como modelo há pouco mais de dois anos, após enfrentar um longo período de depressão causada pelo estupro. “O fato aconteceu quando eu tinha 17 anos. Fui dopada, levada para um motel e abusada. Acordei na hora do ato, eu estava machucada e chorando muito”, contou a jovem de 20 anos, que afirma não gostar de relembrar esses momentos. “Nunca tornei isso público. Minha família não conhece a história toda, com detalhes, porque é algo que me machuca muito”.
Após o estupro, a modelo passou cerca de seis meses fechada em seu quarto, sem vontade de sair, ver os amigos e estudar. “Minha mãe ficou muito preocupada, me pedia para sair, me trazia comida, mas eu não conseguia reagir. Foram seis meses de tortura. Parei de me amar, de aceitar o meu corpo e até hoje não lido muito bem com tudo isso”, pontuou Letícia, que encontrou forças para seguir adiante após receber um convite para fazer fotos sensuais.
Após os primeiros ensaios, a paranaense percebeu que tinha talento como modelo e que esse poderia ser o empurrão necessário para recuperar sua autoestima e sua vontade de viver. “Descobri que tinha potencial para isso e comecei a investir. Consegui muitas parcerias com fotógrafas que viram meu trabalho e me convidavam para fotografar. Hoje, aos 20 anos, ainda trabalho com fotos sensuais porque elas fazem eu me sentir bem, consigo me sentir amada”, completou.
Close Friends
Desde fevereiro, Letícia está utilizando a ferramenta “Close Friends” do Instagram, onde apresenta suas fotos mais ousadas e stories exclusivos para um grupo selete de amigos. “Ingressei nesse mercado e com a pandemia meu trabalho explodiu. Consegui faturar mais de R$ 100 mil em um mês, o que me deixa muito orgulhosa e satisfeita com a minha trajetória até aqui”.
Preconceito
A modelo também falou sobre o preconceito que enfrenta de algumas pessoas em função de sua careira como modelo sensual. “O que me deixa triste é ver mulheres e homens diminuindo e desmerecendo meu trabalho. Eles vinculam fotos sensuais a atividade de garota de programa e isso mexe muito com o psicológico da gente, mas hoje aprendi a lidar com isso e não me deixo abater com comentários desse tipo”.
Futuro
Nos próximos meses a modelo ampliará seu ramo de atuação e lançará uma marca própria de roupas. “Tenho muito envolvimento com famosos e quero fazer parcerias com eles. Acredito que será um sucesso”, concluiu.