Falta de crédito e problemas com matéria prima são maiores preocupações
Quase metade das micro e pequenas indústrias (41%) no Estado de São Paulo estão pessimistas com o desempenho dos negócios neste fim de ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Apenas 24% estão otimistas, segundo dados do 15º Boletim de Tendências das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, realizado pela Datafolha, a pedido do Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi).
Para Joseph Couri, presidente do Simpi, a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, a falta de linhas de crédito para as micro e pequenas empresas, a elevação dos custos de insumos e preços dos produtos podem ser os grandes vilões. “Sem poder de compra não há consumo. Sem capital de giro não há produção”, avalia. Mais da metade (52%) das indústrias consultadas gostariam de obter crédito com garantia do governo. Número é 6% maior em relação ao mesmo período do mês passado.
Demissões
Praticamente dobraram desde o início da pandemia: em abril deste ano 18% das pequenas indústrias registravam demissões, em novembro esta parcela saltou para 31%. Segundo a pesquisa 13% das pequenas indústrias demitiram mais de 30% do quadro de trabalhadores.
Historicamente, o fim de ano é um bom momento para indústria e o comércio, quando produtos sazonais vendem mais, mas em 2020, as consequências trazidas pela pandemia estão se revelando preocupantes para a economia, de acordo com esta série de pesquisas iniciada em abril.
Fornecimento de insumos
Problemas com matéria prima vêm se agravando desde setembro. O pior é a alta de preços para 90% dos entrevistados. Escassez de insumos (77%), atraso na entrega (71%) e baixa qualidade (34%) também foram citados na pesquisa. Em todos os casos houve piora em relação ao mês anterior.
Link para acessar a pesquisa completa
Boletim de Tendências
A cada 15 dias, o Datafolha, a pedido do Simpi, realiza o boletim de Tendências das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, trazendo um panorama da categoria econômica durante a pandemia do novo coronavírus. A coleta de dados ocorreu entre os dias 10 a 17 de novembro de 2020.
