Colunistas - Rodolfo Bonventti

Com Transas e Caretas, o horário das 19h ganhava uma fábula futurista sobre o poder

11 de Novembro de 2020

O autor Lauro César Muniz deixava o horário da novela das 20 horas, e tinha como desafio manter os excelentes índices conseguidos pela novela “Guerra dos Sexos” no horário das 19 horas da TV Globo.

Missão aceita, em 9 de janeiro de 1984 estreava a novela “Transas e Caretas”, uma comédia que trazia uma fábula futurista sobre o poder e as inovações tecnológicas, e como essa parceria pode trazer problemas para as pessoas e os relacionamentos.

A história de “Transas e Caretas” partia do momento em que a milionária Francisca Moura Imperial, mãe de Jordão, um rapaz conservador, apegado a tradições e pensamentos monarquistas, e de Thiago, um jovem moderno, apegado à tecnologia e tudo que se refere ao futuro, resolve fazer uma cirurgia plástica e remoçar 20 anos para conseguir entender melhor esses dois filhos.

Com a colaboração de Daniel Más na escrita dos diálogos e direção de Paulo Ubiratan, José Wilker e Mário Márcio Bandarra, “Transas e Caretas” trouxe uma linguagem nova e interessante para o horário, e embora não tenha feito o mesmo sucesso de sua antecessora, deixou uma marca positiva para os telespectadores.

Enquanto Jordão, vivido por Reginaldo Farias, tem uma mucama para lhe atender, Thiago, interpretado por José Wilker, possui um robô para servi-lo como se fosse um mordomo e, ao mesmo tempo, um amigo e conselheiro, e no meio desse choque de mundos está  a figura de dona Francisca, a mãe, que tenta se adaptar a esses dois mundos tão diferentes, em mais um belo trabalho de criação da atriz Eva Wilma.

Uma das atrações da novela de Lauro César Muniz foi o elenco, muito competente, e que soube dar o tom de farsa e de fábula que o autor queria passar, aproveitando o momento em que o livro mais vendido no Brasil era justamente “1984”, um romance de ficção futurista escrito por George Orwell.

Levada ao ar em 167 capítulos, “Transas e Caretas” marcou um dos melhores momentos da atriz Natália do Valle, que no auge da sua beleza e talento, deu conta muito bem da personagem Marília, a heroína da história e que acaba se envolvendo com os dois irmãos.

A novela também marcou a estréia nas novelas da TV Globo, de Paulo Betti, Nicole Puzzi e Flávio Guarnieri, que vinham da TV Bandeirantes; de Kate Hansen que vinha do elenco da TV Tupi, e marcou as revelações de Dedina Bernardelli e Júlio Braga, que faziam suas primeiras participações na televisão.

No elenco estavam ainda Paulo Goulart, Aracy Balabanian, Renata Sorrah, José de Abreu, Lídia Brondi, Jece Valadão, Christiane Torloni, Cláudio Cavalcanti, Otávio Augusto, Lady Francisco, Carlos Kroeber, Tetê Medina, Zezé Motta, Ítalo Rossi, Henrique Martins, Cláudio Correa e Castro, Renata Fronzi, Jofre Soares, Yolanda Cardoso, Sérgio Mamberti, Suely Franco, José Augusto Branco, Norma Geraldy, Germano Vezani, Tânia Loureiro, Mônica Torres, Clementino Kelé, Thelma Reston, Leina Krespi, Marcos Alvisi, Monique Curi e Quinzinho.

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