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Donald Trump bloqueia acesso de dados e recursos, dificultando a transição de poder

10 de Novembro de 2020

Especialista do Mackenzie comenta situação polêmica e apresenta as consequências que podem surgir dessa atitude

Em mais uma demonstração de que não aceitou a derrota e não vai colaborar em nada com a transição de poder, o ainda presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bloqueou o acesso da equipe de Joe Biden a dados e recursos. Dessa forma, o presidente-eleito democrata segue sem ser reconhecido vencedor por seu antecessor - mostrando que até 14 de dezembro, quando ocorrem os votos do colégio eleitoral, será um período de muita confusão nos bastidores da política estadunidense.

Para o especialista Clayton Vinicius Pegoraro, professor de Direito das Relações Econômicas Internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, "que Trump usaria da judicialização para dificultar a transição, era fácil imaginar, mas tomar atitudes para bloquear a equipe do novo governo a começar o trabalho é muito questionável por ser completamente antidemocrático".

A autorização bloqueada por Trump - e equipe - nada mais é que uma formalidade. Feita pela Administração de Serviços Gerais (GSA, em inglês), é uma carta assinada que libera recursos administrativos, bem como dá acesso aos prédios federais, que começarão a trocar suas cores vermelhas republicanas, pelas azuis democratas. Contudo, ao travar o processo, Trump "deixa claro que vai fazer tudo o que puder para prejudicar a vida e trabalho de Joe Biden e sua equipe, quer isso atinja o povo estadunidense ou não. Atingindo, inclusive, relações internacionais que os EUA mantêm", comenta Pegoraro. Como exemplo, fica registrado que o governo Bolsonaro ainda não parabenizou o novo presidente americano - apesar de ter sido noticiado que o presidente brasileiro queria ser o primeiro a parabenizar Donald Trump em caso de vitória.

Ademais, fica claro que, apesar do povo estadunidense ter ido às urnas (ou votado pelo correio) de forma intensa e impressionante, quebrando todos os recordes eleitorais, dando "um show de democracia", o último respiro do governo Trump põe em xeque esse cenário de equilíbrio, trazendo de volta a instabilidade e acirrando disputas políticas.

Nesse ponto, o especialista é duro em sua crítica, "se Donald Trump não tomar cuidado, ele pode cruzar limites dentro do próprio partido Republicano e ser repudiado pelos seus pares por insinuar que as instituições americanas são frágeis e corruptas". Essa atitude de bloquear e interferir tanto é completamente inaceitável, é o tipo de situação presente em ditaduras, perpetrada por governos totalitários - não de um país que preza pelas liberdades e garantias individuais", conclui.

O especialista está à disposição para comentar o assunto.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campino estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

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