Ação marca os 20 anos da FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. Agenda segue até a próxima sexta-feira (18), sempre das 18 às 22 horas, com programação transmitida pela plataforma digital recém-lançada da instituição. O evento é gratuito, transmitido com tradução e interpretação em libras e com direito a certificado de participação |
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Começou nesta segunda-feira (14/9) a ação “20 Horas de Literatura”, promovido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o SESC-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, que comemora os 20 anos da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL). O evento, 100% digital - transmitido ao vivo pela plataforma digital recém-lançada da instituição, direto do Theatro Pedro II, segue até a próxima sexta-feira (18/9), com a participação de autores, educadores, jornalistas e intelectuais do cenário brasileiro. O primeiro dia do evento trouxe debates sobre as palavras Globalização, com Cairo Junqueira e mediação de Thais Heinisch; Governança, com João Luiz Passador e mediação de José Manuel Lourenço; Identidade, com Lilian Rosa e mediação de Antonio Costa, e Corrupção, com Cristiano Pavini e mediação de João Carlos Borda. “A partir desta noite, alguns falarão para muitos, que seguem unidos pela palavra”. Foi assim que a curadora da FIL, Adriana Silva, abriu a primeira noite do evento. Direto do palco principal do Theatro Pedro II, com a plateia vazia, Adriana relembrou momentos em que o auditório esteve lotado em edições passadas da Feira. Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC-SP, também deixou sua mensagem para abertura do evento por meio de apresentação de vídeo. “Promover o livro e a leitura é uma das missões mais importantes de qualquer política eleitoral. É através deles que temos oportunidades de penetrar, aprofundar, conhecer e nos envolver com outros universos”. Já o gerente adjunto do Sesc Ribeirão Preto, Lucas Molina, esteve no palco do Theatro Pedro II e deixou seu recado ao vivo, lembrando que o Sesc, parceira oficial do evento e da FIL, comemorou 74 anos no último dia 13 de setembro. “É sempre um prazer participar de ações com instituições que fomentam a cultura e a educação e que envolvam localmente o território que a gente está. Nossa parceria, desde 2015, tem se intensificado. Através dos projetos realizados em parceria com a Fundação já conseguimos alcançar índices superiores de leitores aqui na cidade do que em outros locais”. O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, através de um vídeo, também deixou sua mensagem e parabenizou os 20 anos da FIL, destacando que a iniciativa do evento ultrapassa os limites do simbólico. “Estamos afastados pela pandemia, mas unidos pela literatura, porém entendemos que a arte também é força, coragem e resistência, caminho para a leveza, para o sonho. A Feira do Livro é ela própria, sinônimo de resiliência, demonstrando enorme capacidade de superação. Mais do que nunca, os ensinamentos de Antônio Candido são necessários: ¨literatura é um direito humano¨, é nosso dever trabalhar para garantir acesso à população.” alertou. A programação do ciclo 20 horas de Literatura teve início com o professor Cairo Junqueira, docente do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em sua participação, mediada por Thais Heinisch, coordenadora de Programação do Sesc Ribeirão, o professor afirmou que é preciso entender o âmbito social da globalização, muito além de seus aspectos políticos, econômicos e comerciais. “Entendo a globalização com um grande cesto de coisas, não uma infinidade, mas um aglomerado de fenômenos sociais, culturais, espaciais, tecnológicos e, claro, políticos, econômicos e comerciais.”, disse. Para Cairo, se por um lado o conceito de mundo globalizado traz benefícios, como o aumento do fluxo de bens e de pessoas, por outro, apresenta aspectos ruins. “Hoje é muito fácil e rápido sair do Brasil e em poucas horas estar na Europa. Mas é fácil para quem? Quem tem condições? Até que ponto a globalização é includente ou excludente?” questiona o professor, lembrando, mais uma vez, a dimensão social do termo. Para conceituar a palavra governança, João Luiz Passador, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto - USP (FEA-RP/USP) foi o segundo debatedor da noite. Na conversa, mediada pelo cientista político José Manuel Lourenço, Passador explicou que o processo de governança faz parte do projeto de humanidade e envolve aspectos éticos e sociais, que surgem de decisões coletivas em determinados instantes históricos e fatores técnicos e operacionais, que são processos de gestão aplicados desde um governo, até uma empresa da iniciativa privada. “Enquanto em um negócio o objetivo é gerar lucro para o proprietário, em um governo o objetivo seria o de proporcionar benefícios para a população.”, disse. Para o professor, o Estado é um conceito abstrato. “É o produto das nossas vontades”. O desafio é como vamos montar este comitê executivo - o governo - e “como ele vai trabalhar para realizar estas vontades”. O terceiro painel contou com a participação da historiadora e presidente do IPCCIC, Lilian Rosa, com mediação de Antonio Costa, professor do IEA-USP, que debateu sobre identidade. Para a historiadora, as definições que a sociedade coloca sobre determinada pessoa, podem ser definidas como identidade. “No processo de autoidentificação, sempre me baseio no outro: na diferença e no olhar. Minha identidade não existe, então, se não há a diferença no outro”, relembrando que há um processo contínuo de aceitação e rejeição de definições e ideias atribuídas. “A partir de uma reflexão sobre comunidade, passei a pensar em identidade. Parecem antagônicas, mas são complementares. Não tem como fazer parte de uma coletividade sem um autoconhecimento”, comenta. A última discussão da noite foi sobre corrupção, com o jornalista e coordenador do Instituto Ribeirão 2030, Cristiano Pavini, e mediação do também jornalista, João Carlos Borda. Durante o debate, Pavini destacou uma pesquisa que realizou nos principais jornais do país (Folha de São Paulo, Estadão e O Globo) sobre a palavra corrupção e concluiu que a expressão foi encontrada em todas as edições das últimas duas décadas. “Podemos dizer que a corrupção está aparecendo cada vez mais em nosso cotidiano, em um contexto de 20 anos para cá”. E brincou: “Espero que daqui 20 anos, a palavra mais encontrada seja transparência, governo aberto ou controle social. A mudança não vai acontecer de um ano para o outro. São gerações e gerações que têm de ser alfabetizadas no combate à corrupção”. Lançamento e-book Ainda na abertura do evento, foi lançado o e-book “20 Palavras: Leituras sobre o Agora”, publicado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto e Edições Sesc. A obra, disponível gratuitamente na plataforma da Fundação, reúne textos dos 20 autores convidados e foi produzida para eternizar as celebrações dos 20 anos da Feira Internacional do Livro (FIL), que teria a sua 20ª edição em 2020, mas foi remarcada para 2021, em função da pandemia do Coronavírus. O e-book reúne textos dos autores convidados com o intuito de reforçar o diálogo e pensamentos sobre as palavras impactantes nas últimas duas décadas e abordadas no evento. O e-book pode ser acessado na íntegra, basta baixar o arquivo PDF. 20 palavras para ressignificar 20 anos As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www. Os interessados em participar podem se inscrever pela nova plataforma da Fundação do Livro e Leitura e após a finalização do evento terão direito a certificados online para impressão pessoal. Para conferir a programação completa do evento, basta acessar os endereços eletrônicos: Nova plataforma de conteúdo: www.fundacaodolivroeleiturarp. Instagram (@fundacaolivrorp) Facebook (facebook.com/ Linkedin (fundacaolivrorp), Twitter (@FundacaoLivroRP) Youtube (FeiraDoLivroRibeirao) Realização O Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal, Sesc SP e Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto apresentam 20 horas de Literatura. O evento tem Patrocínio Ouro das empresas: Alta Mogiana, GasBrasiliano, Gs Inima Ambient, São Francisco; Patrocínio Prata: Savegnago Supermercado; Patrocínio Bronze: Passalacqua. Pedra Agroindustrial, Ribeirão Shopping e RiberFoods; Patrocínio: ACIRP – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, São Martinho e Tanger. Tem como Instituição Cultural o SESC SP – Serviço Social do Comércio e apoio cultural da ALMA – Academia Livre de Música e Artes, Fundação Dom Pedro II e Theatro Pedro II, Santa Helena, Sicoob Cooperac, Stecar e Grupo Via Brasil. Realização: Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Brasil – Governo Federal. |