Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto divulga programação da 40tena Cultural desta semana - que inclui o dinâmico Tribunal Literário, bate-papo com Viviane Mosé e o encontro do tradicional Núcleo de Contadores de Histórias. A agenda promete trazer literatura e reflexão de forma gratuita e online pelas plataformas da entidade, a partir desta quarta-feira (26)
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto preparou três eventos para compor a agenda da última semana de agosto do projeto 40tena Cultural. No dia 26 (quarta-feira) acontece mais uma edição do “Tribunal Literário” com o tema central “A obra mata o autor?”. Já na quinta-feira (27), o encontro será com a filósofa, psicóloga e poetisa, Viviane Mosé. Para encerrar a semana, no sábado (29), acontece mais uma edição do encontro do Núcleo de Contadores de Histórias. As atividades são gratuitas e têm o intuito de promover cultura, literatura e reflexão nesse período de isolamento social, além de incentivar a população a permanecer em casa.
Tribunal Literário: a obra mata o autor?
O Tribunal Literário vem se tornando um quadro clássico da 40tena Cultural. Em suas edições anteriores discutiu o famoso livro de Machado de Assis, “Dom Casmurro”, e também obras de HQ como “Guerra Civil”, da Marvel Comics. Agora, nesta quarta-feira (26), o tema central traz o questionamento: “A obra mata o autor?”. O encontro será realizado pelo aplicativo Zoom (com link disponibilizado na plataforma oficial da Fundação ou na bio do Instagram), das 19h às 20h30. Paulo Eduardo de Barros Veiga, estudioso de música e formado em Letras, será o mediador e conduzirá uma discussão entre Sabrina Rodrigues Garcia Balsalobre, docente do curso de Letras na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), e Marcela Ulhôa Borges Magalhães, psicanalista e doutora em Estudos Literários. Marcela defenderá que a obra mata o autor e Sabrina se posicionará de forma contrária à tese. O encontro funcionará como um verdadeiro tribunal: cada uma das partes construirá argumentos a favor dessas duas visões de mundo.
Viviane Mosé
Na quinta-feira (27), o destaque é para o bate-papo que traz o tema “Poesia na Vida das Pessoas” com a convidada Viviane Mosé, poetisa, filósofa, psicóloga e psicanalista. Viviane Mosé é graduada pela Universidade Federal do Espirito Santo, onde tornou-se especialista em Elaboração e Implementação de Políticas Públicas. (Desta especialização nasceu o livro “A resistência tapuia na Capitania do Espírito Santo”, publicado em 2012). É mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, (cuja tese foi publicada com o Título Nietzsche e a grande política da linguagem, em 2005, pela Editora Civilização Brasileira). É palestrante renomada e tem como principais temas a sociedade em rede e os desafios do mundo contemporâneo.
A live será transmitida das 19 às 20 horas pelo Instagram oficial da instituição (@fundacaolivrorp) e será mediada por Ciro Monteiro, historiador formado pela Unesp e bibliotecário com gradução pela USP, doutor em Ciência da Informação. Atualmente, ele coordena a Biblioteca Sinhá Junqueira, reaberta ao público em janeiro de 2020. Foi funcionário do sistema prisional por 10 anos, período em que atuou com projetos de incentivo à leitura e produção de poesia. A atividade contou com a colaboração, na escolha do mediador, da agente cultural e educadora Carolina Leopoldo Gregório, formada em Ciências Biológicas, especialista em Educação Ambiental.
Ao longo do bate-papo, a capixaba Viviane Mosé pretende contar algumas de suas experiências com a poesia, recitar alguns de seus poemas e relembrar os participantes da importância dessa arte no modo de viver. “Vamos pensar sobre o que é viver poeticamente, o que é ter a poesia vinculada no cotidiano. E o que é uma vida poética? É uma vida que se preocupa com as coisas simples. Porque a poesia não é grande, não é como a épica, que conta uma história grandiosa. A poesia ilumina as pequenas coisas”, reflete a escritora. Ela ressalta que essa poesia simples, da “fresta de luz em uma janela”, está nas mansões como está nas favelas. “É um modo de viver que não tem a ver com dinheiro, com posição social. É um modo de ver a vida, belo e sensível”.
Além de escritora, Viviane também é especialista em elaboração e implementação de políticas públicas. Atualmente, tem um canal no YouTube onde grava vídeos lendo trechos de livros e promovendo reflexões diversas – inclusive sobre a pandemia. Para ela, esse período conturbado, “repleto de crises em todos os sentidos”, acaba sendo propulsor de novos talentos, de novos artistas. “São nossas maiores angústias o nosso maior bem. Elas são o ponto de ferida, o ponto de sensibilidade: e nossos melhores textos e luzes saem de onde mais dói”, afirma.
Viviane acredita que o mundo, anteriormente, vinha retirando o espaço dos artistas, marginalizando-os, e agora a lógica precisou se alterar. “Nós estávamos vivendo em um mundo muito sem arte, em que a juventude se afundava em depressões por não ter com suas famílias esses canais artísticos. E agora, na pandemia, reaprendemos o valor da arte. Aqueles que jogavam pedra hoje estão implorando por uma live para suportar mais um dia trancado em casa”.
E, para ela, mais do que tudo, arte também é uma forma de salvação. “Se eu não tivesse encontrado sentido para minha sensibilidade, eu teria enlouquecido. Felizmente eu a encontrei, minha família sempre valorizou minhas manifestações, então pude rumar em direção à poesia e não da doença mental”, reflete. Esse caminho que trilhou, desde muito pequena, rendeu vários frutos. Viviane é autora de livros de poesia como “Calor” (2017), “Frio” (2017), “Toda Palavra” (2008) e “Receita para lavar palavra suja” (2004), mas também de obras de filosofia, psicanálise e política como “A Escola e Os Desafios Contemporâneos” (2005), “Assim Falou Nietzsche” (1999) e “Política – Nós também sabemos fazer”.
Para além das diversas palestras que sempre realiza sobre filosofia, educação, política e psicologia, Viviane também já apresentou um quadro no Fantástico de nome “Ser ou não ser”, participou do programa “Liberdade e Expressão” na Rádio CBN e foi colaboradora do programa Encontro com Fátima Bernardes. Ela conta que tem pensado muito e escrito pouco ao longo da quarentena, mas está “cheia de ideias na cabeça” e “louca” para se debruçar de novo sobre o papel.
Núcleo de Contadores de Histórias
Já no sábado (29), acontece mais um encontro do Núcleo de Contadores de Histórias, pelo aplicativo Zoom, das 10 às 12 horas. A atividade é aberta e gratuita e envolve não apenas contadores experientes, como também amadores e curiosos. É coordenado pela atriz e contadora Míriam Fontana com muitas atividades lúdicas e a prática da contação.
Como acessar a agenda 40tena Cultural
A 40tena Cultural está sendo divulgada semanalmente nas redes sociais da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. Para participar, basta acessar os endereços online da instituição.
Instagram (@fundacaolivrorp)
Facebook (facebook.com/
Linkedin (fundacaolivrorp),
Twitter (@FundacaoLivroRP)
Youtube (FeiraDoLivroRibeirao)
Site www.fundacaodolivroeleiturarp.
Serviço
Atividade: Tribunal Literário: a obra mata o autor?
Data: 26/08 (quarta-feira)
Horário: 19h às 20h30
Plataforma: Zoom (link da reunião disponível no site https://linktr.ee/
Participantes: Sabrina Rodrigues Garcia Balsalobre e Marcela Ulhôa Borges Magalhães, com mediação de Paulo Eduardo de Barros Veiga.
Atividade: Bate-papo: A Poesia na Vida das Pessoas
Data: 27/08 (quinta-feira)
Horário: 19 às 20 horas
Plataforma: live no Instagram @fundacaolivrorp
Participantes: Viviane Mosé, com mediação de Ciro Monteiro
Atividade: Núcleo de Contadores de Histórias
Data: 29/08 (sábado)
Horário: 10 às 12 horas
Plataforma: Zoom (link da reunião disponível : https://us02web.zoom.us/j/
Participantes: Míriam Fontana
Sobre a Fundação do Livro e Leitura
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade. Hoje, é considerada a segunda maior feira a céu aberto do país, realizada tradicionalmente no mês de junho. Em 2020, a Feira entraria na 20ª edição e tornaria-se internacional. Por isso recebeu recentemente nova identidade, apresentando-se como FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), mas foi remarcada para 2021 devido à pandemia de Coronavírus.
Com uma trajetória sólida e projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura com calendário de atividade durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.