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Servidor percorre 50 km de bike para ir trabalhar

18 de Agosto de 2020

Marcus Liborio – CRN

Seja no frio ou na chuva, Adriano Luís Fernandes não dispensa uma boa pedalada. Apaixonado por bicicletas, o servidor público de 37 anos percorre 50 quilômetros de bike todos os dias de sua casa, em Balbinos, a Pirajuí, onde trabalha na Coordenadoria da Região Noroeste (CRN). “Eu não ando de bicicleta para adicionar mais dias à minha vida, eu pedalo para adicionar vida aos meus dias”, define Adriano, sobre a paixão por duas rodas, que não se resume somente a ele.

Nesta quarta-feira (19) é celebrado o Dia Nacional do Ciclismo e outros funcionários da sede administrativa da CRN e de unidades prisionais da região também colecionam diversas histórias de boa relação com a bike. Há exemplos de ciclistas experientes e novatos, que encontraram no esporte benefícios como bem-estar, autoestima e saúde - tanto física quanto mental.

Adriano, que usa a bike para ir trabalhar, de segunda a sexta-feira, confirma as vantagens da prática do ciclismo. “Percorro 50 quilômetros por dia, incluindo ida e volta. A atividade proporciona benefícios incontáveis, como perda de peso, resistência muscular, reduz o colesterol, sinto-me mais disposto, além de gerar economia de gastos. Está sendo muito gratificante e motivador”, comemora.

VETERANOS

Assim como Adriano, vários funcionários de unidades prisionais e também da Coordenadoria alimentam a mesma paixão pelo ciclismo: uns menos experientes e outros com bastante história para contar. Exemplo do diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pontal, Marcelo Pedro Antonio, 50 anos, que pedala há 15 anos.

”Comecei a pedalar porque havia descoberto que estava hipertenso. Adorava futebol, mas descobri que na bike era só eu: meu desempenho, meu tempo, meu ritmo. O único conflito era comigo mesmo, então optei por intensificá-lo. É um esporte único, que não lhe traz outra sensação senão a de bem-estar e de paz”, exalta.

Diretor de Trabalho e Educação da Penitenciária de Ribeirão Preto, Daniel Almeida de Morais, 42 anos, também usou a bike para melhorar a saúde, após ser diagnosticado com pré-diabetes, hipertensão arterial e esteatose. Ao conhecer um ciclista que havia emagrecido 30 quilos, resolveu aderir à prática do pedal, há dois anos. 

“Estava ali a resposta de minhas orações”, conta Daniel. “A vida é como uma bicicleta: não tem ré. Você aprende que é capaz de conseguir os seus objetivos. Basta começar”, incentiva.

Além da saúde, há quem busque, também, desafios sobre duas rodas. Apaixonado por esportes, o Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVP) Everton Fernando Calixto, 32 anos, pedala há dois anos e uma de suas metas é completar o Caminho da Fé.

“Para isso, tenho que fazer um treinamento específico, porque são muitos quilômetros por dia”, projeta o funcionário da Penitenciária “Orlando Brando Filinto” de Iaras, que pedala, em média, 250 quilômetros por semana.

BICICLETÁRIO

Grande incentivador do ciclismo, o coordenador da CRN, Carlos Alberto Ferreira de Souza, com pouco mais de dois anos de “relação” com a bike, já tem boas façanhas para se orgulhar. No começo deste ano, ele percorreu 350 quilômetros do Caminho da Fé.

”Acho que a bicicleta é uma coisa de Deus inventada pelos homens para fazer o bem. Com a bike, você tem o seu tempo, você faz uma autoterapia”, define Carlos Alberto que, para incentivar os servidores, pediu para instalar um bicicletário na sede da CRN.

“Vamos ver se fazemos também uma adaptação no banheiro, uma espécie de alojamento com chuveiros, para o pessoal que vem trabalhar de bike”, projeta o coordenador.

NOVATOS

Em janeiro deste ano, Paulo Rogério Prieto Martins dos Santos, que é diretor da Penitenciária I “Dr. Walter Faria Pereira de Queiróz” de Pirajuí, decidiu sair do sedentarismo. A ferramenta escolhida para melhorar a saúde foi a bicicleta.

Novato no ciclismo, Paulo conta que, após terminar a primeira pedalada, faltou fôlego até para falar. “Foram quase dez minutos para me recuperar. Na época, eu pesava 115 quilos, tinha colesterol alto e glicemia alterada. Percebi que tinha que mudar o estilo de vida”.

Hoje, ele pedala, em média, 25 quilômetros por dia. “A mudança de hábito trouxe saúde. Emagreci 28 quilos”, orgulha-se.

Também iniciante no ciclismo, o diretor da Penitenciária de Ribeirão Preto, Igor Alexandre Donati Raineri, perdeu 17 quilos em apenas seis meses andando de bike. “Diminuiu a ansiedade e o estresse. Sinto mais disposição para as atividades diárias”, relata.

Ainda mais novato no pedal, o Agente de Segurança Penitenciária (ASP) João Luís Formagio, 39 anos, também recorreu ao ciclismo para emagrecer. “Eu sempre buscava uma atividade física, como caminhada e corrida, mas sentia muita dor nos joelhos e tornozelos”.

Há dois meses, João deu a primeira volta de bicicleta e não parou mais. “Já perdi 18 quilos. Eu não imaginava, por exemplo, sair de casa sábado cedinho para pedalar. É prazeroso. Você fica esperando chegar o dia para andar de bike de novo”, conta.

MULHERES NO PEDAL

As mulheres também compõem o cenário de ciclistas dos estabelecimentos penais da região. Servidora da Penitenciária I de Pirajuí, Rosa Scaleão começou a andar de bike em março deste ano, motivada pelo marido, que é diretor na unidade.

“Como novata, digo que qualquer pessoa pode começar a pedalar. Mulheres no pedal são muito bem-vindas, inclusive”, brinca.

Mais experiente, a diretora do Centro de Ressocialização (CR) de Ourinhos, Adriana Silene Logerfo Puglerino, pratica ciclismo há quatro anos. Ele cita que a bike traz benefícios para o corpo e a mente.

“A preocupação sobre duas rodas é manter o equilíbrio, superar os obstáculos, se superar, conseguir terminar aquela subida ou chegar ao final do percurso. Costumo dizer que eu pedalo para manter a mente sã e o bônus é melhorar o condicionamento físico”, destaca. 

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