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As mulheres há tempos vêm quebrando tabus e demonstrando conhecimento, afinidade e apreço por objetos e assuntos antes considerados “coisas de homem”, como, por exemplo, a cerveja. A participação delas no consumo da bebida tem crescido gradativamente. Na rede Mr. Beer, por exemplo, 40% das vendas é para o público feminino, que, curiosas, se mostram mais abertas do que os homens para conhecer novos estilos. Em algumas lojas, essa porcentagem chega a 60%.
“O que se percebe nas vendas é que o homem tende a ser mais fiel ao que já consome, menos adepto a novidades. Já a mulher é mais aberta a descobertas, ela se permite mais, se interessa pelos detalhes, no caso da cerveja do aroma e do sabor. Por isso, por esse grau de detalhamento característico das mulheres, as complexidades da cerveja são facilmente percebidas e desvendadas por elas. Uma comprovação disso é alguns dos maiores especialistas em cervejas do país são mulheres”, afirma Demian Salles, beer sommelier da rede Mr. Beer.
Boa parte do público feminino ainda compra para presentear, mas um número cada vez maior de mulheres está descobrindo o rico universo cervejeiro. Uma pesquisa de 2010 da Sophia Mind, empresa de inteligência de mercado do grupo Bolsa de Mulher, revelou que 47% das mulheres consomem alguma bebida alcoólica e que 88% delas preferem cerveja.
E quem acha que elas preferem sabores suaves e doces, se engana. Elas se adéquam a sabores tão ou mais complexos que os homens. Não há nada que diferencie as papilas gustativas masculinas ou femininas. Suportar sabores mais ácidos e amargos depende de um amadurecimento gastronômico, que com o passar do tempo pode ficar mais apurado. O fato de os homens sempre terem sido mais adeptos a sabores mais complexos, portanto, deve-se a um costume cultural e não está relacionado a algo fisiológico.
