O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quarta-feira (29) que a Coronavac é, na avaliação dele, a vacina contra a covid-19 com maior potencial de ser em breve aplicada na população brasileira.
"Eu tenho dito que essa é a vacina mais promissora e mais desenvolvida neste momento, em termos temporais. Não estou falando de tecnologia. É uma vacina que tem grande chance de ser introduzida rapidamente para vacinação em massa."
A vacina foi desenvolvida inicialmente pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, responsável pelas fases 1 e 2 de testes clínicos, e agora conta com a parceria do Butantan, que realiza a fase 3 dos ensaios.
A vantagem, acrescentou Dimas Covas, é que o instituto já utiliza a tecnologia de vírus inativado para a produção de vacinas.
"A Coronavac é feita em uma tecnologia tradicional, que já é usada para produção de outras vacinas. O Butantan mesmo tem duas vacinas que se utilizam dessa tecnologia. São vacinas que normalmente têm produzido boas respostas em termos de efetividade, são seguras e relativamente fáceis de serem produzidas."
O acordo entre o Instituto Butantan e a Sinovac Biotech prevê a importação inicial a granel das primeiras doses da Coronavac.
"É possível que no começo do próximo ano tenhamos uma vacina já em quantitativos definidos: 60 milhões [de doses] a partir de outubro, mais 60 milhões de doses no primeiro trimestre no ano que vem. Estamos falando de 120 milhões de doses. E isso é contratual", detalhou Dimas Covas.
O governo de São Paulo iniciou na semana passada uma campanha de arrecadação de dinheiro para a ampliação da fábrica de vacinas do Butantan, com objetivo de produzir até 240 milhões de doses anuais da Coronavac.
Segundo o governador João Doria, até esta quarta-feira, empresários se comprometeram a doar R$ 96 milhões. A expectativa é receber R$ 130 milhões, valor necessário para a reforma.