A distribuição do auxílio emergencial atingiu quatro em cada dez (43%) domicílios brasileiros em junho, segundo a PNAD Covid19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
29,4 milhões de domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia, como o auxílio emergencial e o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda. O país tem 68,3 milhões de domicílios.
O valor médio no benefício foi de R$ 881 por domicílio. Em maio, 26,3 milhões de domicílios receberam auxílio, o que representa cerca de 38,7% do total.
Em junho, quase metade da população (49,5%), cerca de 104,5 milhões de pessoas, viviam em domicílios em que, pelo menos, um morador recebeu auxílio.
Os estados das regiões Norte e Nordeste tiveram 45% dos domicílios beneficiados com auxílio emergencial. No Amapá e no Maranhão a proporção de beneficiados foi superior a 65%. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios.
Trabalho na pandemia
A pesquisa do IBGE aponta que cerca de 82,3% do total de ocupados (ou 68,7 milhões) não estavam afastados do trabalho em junho, contra 77,5% em maio. Entre os não afastados, 8,7 milhões trabalhavam de forma remota, o equivalente a 12,7% da população ocupada que não estava afastada.
O percentual de mulheres trabalhando remotamente (17,5%) superou o dos homens (9,4%). Entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 37,3% estavam trabalhando remotamente. Os percentuais foram muito baixos entre os sem instrução ou com fundamental incompleto (0,4%), bem como para o nível fundamental completo ou médio incompleto (1,4%). Para aqueles com médio completo ou superior incompleto o percentual ficou em 7,3%.
Aumento do desemprego
Em junho, a taxa de desocupação chegou a 12,4%, atingindo 11,8 milhões de brasileiros. Mais 1,7 milhão de pessoas ficou sem emprego, na comparação com maio, quando a taxa era de 10,7%.
O diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, afirma que este aumento está relacionado à flexibilização do isolamento social no país.
“Isso implicou no aumento da população na força trabalho, já que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia reduziu frente a maio. Elas voltaram a pressionar o mercado”, afirma Azeredo.
O IBGE considera como "desocupado" o brasileiro que está fora do mercado de trabalho e está procurando uma nova oportunidade.