Cultura - Educação

Autor do canal Eu me chamo Antônio participa de live nesta terça-feira (14)

13 de Julho de 2020

Ele tem 36 anos, é multiartista: escritor, poeta, ilustrador, compositor, influenciador digital e publicitário formado pela ESPM do Rio Janeiro. Pedro Gabriel é classificado como um dos principais Instapoetas brasileiros e reúne cerca de 1 milhão de seguidores. Nas redes sociais, ficou conhecido pelo perfil @eumechamoantonio, universo do personagem homônimo que criou no final de 2011. Atualmente, contabiliza aproximadamente 2.500 artes autorais – todas  ilustradas no balcão do Café Lamas, no Rio de Janeiro. O autor participa da 40tena cultural da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, nesta terça-feira (14) e vem para uma conversa descontraída, mediada pelo ilustrador Leonardo Scarulis, a partir das 19h, pelo Instagram.

Com o tema “Poesia e Imagem: compartilhamento nas redes sociais”, a live pretende abordar curiosidades sobre o trabalho de Pedro Gabriel, mostrar sua relação com a poesia e a ilustração e as artes em geral e ainda proporcionar aos internautas um relato de sua trajetória profissional, traçando um paralelo de sua vivência e produção durante a pandemia. 

Pedro Gabriel
 

A experiência artística do escritor acabou migrando do bar para o mundo on-line e, em seguida, da internet para as prateleiras das livrarias com o fenômeno literário Eu me chamo Antônio (2013), Segundo (2014) e  Ilustre Poesia (2016) – livros que, juntos, venderam mais de 250 mil  exemplares no Brasil. Hoje, ele mora em São Paulo e se conecta com seus leitores e leitoras pelas redes sociais ou nos eventos que participa frequentemente por todo o país.

Sobre a questão do compartilhamento pelas redes sociais, que estará no centro do bate-papo pelo Instagram, ele explica que sentiu a força da internet logo nas primeiras publicações e que pessoas do Brasil inteiro passaram a compartilhar seus guardanapos. “Foi um susto (no bom sentido) porque eu tinha criado o perfil @eumechamoantonio para ter um registro digital de todas as minhas criações. Naquele momento, eu tinha medo de que os guardanapos – por serem papéis frágeis – se desgastassem com o tempo. Foi mais uma forma de preservar meus poemas, eu nunca imaginei que fosse ter esse alcance todo”, destaca.

O autor também revela que criou seu perfil para compartilhar os seus silêncios que eram registrados em guardanapos poéticos. “Cada verso, cada traço que faço é uma memória gráfica de algum sentimento vivenciado e, até então, silenciado”, diz Pedro Gabriel.

Transformar o mundo numa potência inesgotável de sensibilidade é um dos propósitos do autor e ele sabe que essa não é uma tarefa fácil. “Eu acredito no poder das palavras e, mais ainda, na força que elas exercem sobre as pessoas. Por isso, tenho certeza de que é possível desenhar um caminho autêntico e criativo para impactar cada indivíduo com responsabilidade e, principalmente, sem desviar da própria essência”, acrescenta.

Produção na pandemia

Neste período de isolamento em função da pandemia do novo Coronavírus, Pedro Gabriel diz que tem procurado abastecer as suas redes sociais com arte e preencher esse distanciamento com algumas referências artísticas, indicações de leituras, jogos criativos e dicas bacanas para ocupar a mente nesses tempos turbulentos. “Fiz reproduções em guardanapos de quadros famosos do Edward Hopper e da Tarsila do Amaral, por exemplo. Também criei guardanapos exclusivos com temas que abordam a solidão, a angústia e, principalmente, a esperança”, descreve.

Origem e originalidade artística

O autor Pedro Gabriel usa a  língua portuguesa como linguagem criativa, mas tem uma história de vida que começou bem longe daqui. Ele só chegou ao Brasil no início da adolescência. Seu pai é suíço e mãe, brasileira e  portanto nasceu e passou boa parte da sua infância no continente africano. “Até os meus cinco anos em N´Djamena (capital do Chade) e, dos 6 aos 12, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde”, conta.

Por conta desta origem, foi alfabetizado em francês e seu contato com o português em solo brasileiro só ocorreu mesmo quando seus pais se separaram e uma parte da família voltou para o Rio de Janeiro. “Eu costumo dizer que esse distanciamento acabou me aproximando da grafia e da sonoridade da minha língua materna porque, na tentativa de recuperar esse tempo aparentemente perdido.Eu ficava fascinado com a pronúncia e a forma das palavras brasileiras”.

Pedro Gabriel atribui a vivência em outro universo cultural na sua primeira fase da vida como uma amplitude de possibilidades para o contato com culturas distintas, fazer conexões com diversas referências e, principalmente, conhecer pessoas que se comportam e se comunicam de tantas formas diferentes. “Essas mudanças geográficas, sem dúvida, ampliaram o horizonte da minha sensibilidade e são a origem da minha originalidade artística”.

40 tena cultural

Durante três meses de programação consecutiva, a 40tena Cultural já teve mais de 38 atividades e interagiu com quase 15 mil pessoas. O projeto, realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, tem como proposta incentivar as pessoas a ficarem em casa durante o período de isolamento social, em virtude da pandemia do coronavírus (Covid-19). Semanalmente são divulgadas atividades que abrangem desde as transmissões ao vivo com artistas e convidados até contação de histórias para crianças, show, dicas e discussões de livros. Para acompanhar a programação semanal, basta acessar as redes sociais da Fundação do Livro e Leitura:

Instagram (@fundacaolivrorp)

Facebook (facebook.com/FundacaodoLivroeLeituraRP)

Linkedin (fundacaolivrorp),

Twitter (@FundacaoLivroRP)

Youtube (FeiraDoLivroRibeirao)

Site www.fundacaodolivroeleiturarp.com

Sobre a Fundação

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade. Hoje, é considerada a segunda maior feira a céu aberto do país, realizada tradicionalmente no mês de junho.  Em 2020, a Feira entraria na 20ª edição e tornaria-se internacional. Por isso recebeu recentemente nova identidade, apresentando-se como FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), mas foi remarcada para 2021, devido à  pandemia de Coronavírus.

Com uma trajetória sólida e projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura com calendário de atividade durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.

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