Um estudo publicado no Annals of Internal Medicine afirma que cerca 45% dos infectados com o coronavírus não demonstram sintomas. Foi constatado também que esse grupo pode chegar a transmitir a doença por períodos de tempo maiores que 14 dias.
A pesquisa foi conduzida por cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, que avaliaram dados de 16 publicações científicas.
"Nós não tentamos reunir esses dados com o propósito de análise estatística. Porém, quando observados em sua totalidade, eles podem oferecer insights valiosos sobre a incidência do SARS-CoV-2 e seu efeito de infecção altamente variável", indicam os pesquisadores.
Os cientistas apontam que a dificuldade de distinguir entre pessoas pré-sintomáticas e assintomáticas é um dos principais problemas e defendem que esses grupos merecem uma atenção especial das autoridades.
Em uma das publicações analisadas, 54% dos pacientes assintomáticos demonstraram pulmões prejudicados pela doença, sugerindo que ausência de sintomas não significa ausência de dano.
Em outra, a carga viral presente no corpo dos assintomáticos era a mesma dos pacientes com sintomas, o que aponta para um potencial de transmissão semelhante nos dois casos.
Como solução, os cientistas indicam a condução de testes longitudinais, ou seja, exame repetitivo de indivíduos através do tempo e o uso geral de máscaras. "Devemos assumir que a possibilidade de que a proporção de pessoas assintomáticas é menor do que as reportadas", concluem.