O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira (11) que o coronavírus já pode ser "caracterizado como uma pandemia".
Ele ressaltou, no entanto, que "pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leve ou descuidada".
"É uma palavra que, se mal-utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários".
Ao redor do mundo, o novo coronavírus (nomeado SARS-CoV2) já foi registrado em 114 países. O número de infectados chega a 118,3 mil, com 4.292 mortes (taxa de letalidade de 3,62%).
A China continua a ser o país com maior número de casos: 81 mil, embora mais de 61 mil pacientes já tenham sido curados da doença. Na Itália, 10,1 mil pessoas foram confirmadas com o novo coronavírus. É o segundo país do mundo com maior número de casos.
O diretor-geral da OMS acrescentou que apenas analisar "o número de casos de covid-19 e o número de países afetados não conta toda a história."
"Milhares estão lutando por suas vidas nos hospitais. Nos próximos dias e semanas, esperamos ver o número de casos covid-19, o número de mortes e o número de países afetados subir ainda mais."
A OMS ressalta que o mundo nunca viveu uma pandemia provocada por um coronavírus. Uma pandemia é quando a doença já causa surtos da doença de maneira global.
Nos Estados Unidos, o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, afirmou a um comitê do Congresso que a situação "vai piorar".
Mais cedo, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que até dois terços dos alemães podem contrair o novo vírus.
"Dado que é um vírus para o qual não há imunidade nem imunização, precisamos entender que muitas pessoas serão infectadas. O consenso entre os especialistas é que de 60% a 70% da população será infectada.”
Ghebreyesus ponderou que "81 países não reportaram qualquer caso de covid-19, e 57 países reportaram dez casos ou menos".
"Todos os países ainda podem mudar o curso dessa pandemia. [...] Vários países demonstraram que o vírus pode ser suprimido e controlado", afirmou.
O Japão é um desses países. Foi um dos primeiros locais fora da China a ter pessoas infectadas pelo novo vírus, mas em mais de três meses não passou de 600 casos.